O senador Paulo Paim (PT) presidiu o debate nesta sexta-feira (05). Foto: Reprodução/ Senado Federal

Nesta sexta-feira (05), na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal ocorreu uma Audiência Pública sobre a situação da saúde no Ceará. De acordo com o senador Eduardo Girão (Novo-CE), autor do requerimento para o debate, o estado enfrenta desafios na área da saúde, com o fechamento de diversos hospitais públicos.

Gestores públicos da saúde no estado, representantes do Sindicato dos Médicos, da Defensoria Pública e da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (ALECE) foram convidados a debater o assunto com os senadores.

No requerimento, Girão citou vários hospitais que teriam sido total ou parcialmente fechados, alguns deles para reformas, e afirma que a população está tendo dificuldade no atendimento, com longas filas de espera.

Ele também mencionou atraso nos salários de médicos. Alegação essa que foi corroborada pelo médico Leonardo José Macedo de Alcântara, ele mencionou que existem médicos que não recebem seus salários desde dezembro de 2022.

“Além das situações narradas, concentradas marjoritamente na cidade de Fortaleza, observa-se um grau de problema sistêmico no qual hospitais de grande porte localizados em cidade polo no interior do Estado não estão funcionando na sua plenitude, fato que acarreta um deslocamento em massa das populações das cidades do interior para a capital, colapsando assim as unidades de atendimento ali instaladas”, afirma ao justificar o pedido de audiência pública.

Com a participação presencial dos deputados estaduais Sargento Reginauro (União Brasil) e Carmelo Neto (Partido Liberal)  e virtual dos parlamentares Romeu Aldigueri (PDT) e De Assis Diniz (PT).

Aldigueri fez a defesa do Governo do Estado. Ele firmou que ”aprovamos em lei agora, a convocação de 6 mil profissionais estatutários. Fizemos no governo Camilo Santana o maior concurso, são médicos, dentistas, fisioterapeutas”. O deputado também expôs que muito dos atrasos no atendimento e serviços dos hospitais localizados nos municípios cearenses são resultados do antigo Governo Federal, administrado por Jair Bolsonaro, que segundo ele, o ”desgoverno” nem para a vacina contra COVID-19 foi dada importância.

Reginauro rebateu às falas do colega e disse que o que parece é ”que os problemas estavam sendo todos colocados debaixo do tapete, pois Prefeitura e Estado viviam em perfeita harmonia e atualmente como esses dois grupos não estão na mesma aliança, os problema se destacam de forma muito mais grave. Chegando Governador e Prefeito irem a pra rede social e imprensa jogarem culpa um no outro. E a população pagando um preço caro por isso”, destacou o parlamentar. Ele criticou a manutenção no Estado, que o comando de Cid Gomes no Ceará há 16 anos permanece no mesmo modelo: ”Estamos na continuidade do mesmo modelo que vai se fechar em 20 anos”.

Também se fez presente na reunião a subdefensora pública geral do Ceará Sâmia Costa Maia, diretor-presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar, Flávio Clemente Deulefeu, presidente da Comissão de Saúde da OAB-CE, Ricardo Madeiro. Tânia Mara Silva Coelho, secretária de Saúde do Ceará, e Helena Guerra dos Santos, secretaria municipal de Saúde de Fortaleza participaram da reunião remotamente.

Acompanhem às falas opostas dos deputados estaduais Romeu Aldigueri e Sargento Reginauro: