Sargento Reginauro disse que foi chamado de “mentiroso” pelo líder do Governo e pediu que o governador conversasse com Aldigueri. Foto: ALCE

Mais uma vez a votação na Assembleia Legislativa foi marcada por bate-boca e acusações por parte de deputados da base governista e de oposição. A discussão se deu por conta de uma falta de comunicação da presidência da sessão ordinária e parlamentares que queria discutir as propostas em conjunto.

Quatro mensagens do Governo estavam na pauta de votação, algumas sendo consenso entre os presentes e outras com viés mai polêmico. Em dado momento,  a deputada Dra. Silvana (PL) solicitou destaque em duas das propostas para discussão e justificou o pedido pelo esvaziamento visível no Plenário 13 de Maio.

Queiroz Filho (PDT) também  pediu votação nominal da mensagem 42, que trata do ICMS. Já a deputada Dra. Silvana pediu votação das propostas de número 37, sobre a política de regularização fundiária do Ceará, e a 42. De Assis Diniz (PT), que presidia a plenária,  chegou a sugerir a votação de outras duas, que segundo ele, eram de forma consensual.

“O meu recado visava a importância das duas segundas mensagens. Estamos vendo o plenário vazio, votando mensagens que foram votadas de forma urgente”, disse Silvana. “Eu não fui comer para fazer, para provar que iriam votar de forma que todo mundo estava entendendo, mas não estava”. A deputada chegou a aceitar a votação nominal das quatro matérias em votação, após sugestão do petista.

 O deputado De Assis perguntou à Dra. Silvana: “vai pedir para outras matérias para votação nominal?” ao que ela respondeu: “Eu vou pedir”. Em seguida, ele emendou: “Se não houvesse votação (nominal), seriam 10 minutos. Como tem votação (nominal), são 20 minutos”. Dra. Silvana respondeu: “Isso, meu presidente”.

Com 26 nomes presentes, De Assis abriu o painel eletrônico para votação nominal para uma das matérias, a de número 37. Em seguida, Silvana afirmou que não tinha pedido votação nominal de todas as matérias, mas apenas de duas.  Ela afirmou que acionaria a justiça para ter seu direito de discussão das propostas, e o líder da base governista, Romeu Aldigueri (PDT)  afirmou que ela poderia chamar quem quisesse, mas não iria desmoralizar o plenário.

Em seguida, outros opositores se insurgiram, como Sargento Reginauro (UB), Carmelo Neto (PL), Queiroz Filho (PDT) e Antônio Henrique (PDT). Renato Roseno (PSOL) solicitou questão de ordem, lembrando que salvo pedido de destaque a votação é em bloco, como estava sendo feita.

Deputados foram chamados de “mentiroso” e De Assis precisou ser substituído pelo presidente da Casa Legislativa, Evandro Leitão (PDT), que chegou a suspender a sessão por alguns minutos. “Eu pediria para todos sentar, por favor. Eu estava almoçando, não estava acompanhando e preciso me inteirar. Nós estamos votando o quê? Votação em bloco de todas as matérias? Calma, deputado, calma. Deputado Reginauro, estou pedindo calma. Da forma como vossa excelência está se manifestando, está agredindo a todos nós”, disse o pedetista.

“Não é dessa forma que a gente dá os devidos encaminhamentos. Compreendo que cada um termina se chateando, mas quero pedir calma para darmos os devidos encaminhamentos”, afirmou Evandro Leitão ao retomar o assento da presidência da sessão.

Discussões

Passado todo o embate, Silvana disse que jamais colocaria a Casa “em constrangimento”, como chegou a afirmar Romeu Aldigueri. “Amo essa Casa e todos os deputados”, disse. Já Sargento Reginauro chegou a sugerir ao governador Elmano que chame sua liderança na Casa para o diálogo a fim de evitar mais discussões durante as votações.

“O papel de líder é de conciliador. E não uma liderança que acusa de mentiroso seus colegas. Um líder precisa dialogar com todos os setores dentro do Legislativo. Eu Fui chamado de mentiroso. Eu não vim para esta Casa para, simplesmente, ser desrespeitado. Aqui eu represento milhares de títulos de eleitores que me colocaram nessa posição”, afirmou o opositor.