André Fernandes e Dr Jaziel foram os únicos deputados cearenses que votaram contra a proposta de Lei. Foto: Reprodução/Instagram

O deputado André Fernandes (PL-CE) tem demonstrado um certo incômodo após votar contra o projeto de Lei que equipara o salário de homens e mulheres. Ele e Dr. Jaziel (PL-CE) foram os únicos parlamentares cearenses que votaram contrários à proposta, sob a justificativa de que a legislação trabalhista vigente já garante esse direito para ambos os sexos.

Em suas redes sociais, desde que o anúncio da votação foi divulgado, Fernandes tenta justificar o voto. Alguns de seus seguidores aceitam as justificativas feitas, outros, porém, criticaram a atitude do parlamentar. Mulheres aparecem afirmando que ele será cobrado futuramente por essa votação.

Logo após a votação, Fernandes foi para as redes sociais e chamou o projeto do presidente Lula de “populista” e disse que a igualdade salarial já está prevista na Consolidação das Leis Trabalhistas, a CLT. “Na prática, as empresas por medo de receberem multas devido a lei, passarão a contratar menos mulheres. Votei não em defesa dos empregos das mulheres. O resto é populismo barato que vai prejudicar as próprias mulheres. Estado metendo o dedo onde não deve”, justificou.

Na tarde deste sábado, ainda pressionado, ironizou a votação, em uma clara demonstração que ainda está sentindo o incômodo após seu voto.  “Daqui a pouco vai ter político votando a favor de projetos que visam tornar roubo crime no Brasil, mesmo que isso já seja estabelecido desde o primeiro Código Penal do Brasil, em 1830. Não tá muito distante. Tem político comemorando que votou a favor de salários iguais para homens e mulheres, mesmo já sendo lei desde 1952”, disse.

Dr. Jaziel, que também votou contrário, também buscou justificar o voto. Para ele, “as reais intenções desse projeto populista e irresponsável são de atacar a livre iniciativa e prejudicar as mulheres, uma vez que os empregadores temerão contratá-las”, disse.

Em sua avaliação, salários iguais para homens e mulheres não precisa ser regulamentado por Lei. “O direito a igualdade entre homens e mulheres já está garantido pela Constituição, pela CLT e consolidado por entendimento do TST”, afirmou.