Adriana Nossa Cara preside a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara de Fortaleza. Foto: CMFor

A vereadora Adriana Nossa Cara (PSOL) subiu à tribuna do Plenário Fausto Arruda, na manhã desta terça-feira (21), para denunciar uma suposta prática de transfobia, que teria ocorrido em atendimento realizado na Central da Cidadania da Câmara Municipal de Fortaleza. O presidente da Casa, o vereador Gardel Rolim (PDT), já teria tomado ciência do caso e se comprometeu a tomar providências sobre o caso.

Segundo a denúncia feita pela parlamentar, pessoas que moram no abrigo Casa Transformar, que acolhe pessoas trans em Fortaleza, foram até a sede da Casa, para confecção de documentos, na Central de Cidadania, e teriam sofrido preconceito. “Para terem ideia, essas pessoas foram chamadas na frente de todas as pessoas que estavam aguardando atendimento pelo seu nome morto, mesmo tendo apresentado novo documento de certidão de nascimento, com os nomes retificados”.

Ainda de acordo com Adriana, os funcionários do espaço indeferiram os pedidos feitos e sequer aceitaram fotos que tinham sido feitas no mesmo dia da solicitação. “As pessoas da Central tentaram empurrar o caso delas para que saíssem logo do ambiente. Transfobia é crime e está na Lei que qualquer munícipe tem direito ao atendimento”, apontou.

Adriana Nossa Cara é presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal e disse que vai buscar respostas para as denúncias feitas. Ela disse ter cobrado ao presidente da Mesa Diretora, Gardel Rolim e Defensoria Pública para se apurar o caso e se resolva o atendimento de todas as pessoas trans.

“Outra mulher trans informou que tentava pela terceira vez e não conseguia emitir o RG pela burocracia que estava sendo levantada na Central. Ninguém pode ser destratado por ser uma pessoa trans. A gente quer repudiar esse atendimento e vamos cobrar e acompanhar, de maneira severa, todos os procedimentos desse mal atendimento. Não vamos aturar que isso aconteça na Casa que se denomina ‘Casa do Povo’. Queremos deixar aqui o nosso repúdio ao que aconteceu”, aponotu.

Gênero

O vice-presidente da Mesa Diretora, o vereador Paulo Martins (PDT) defendeu apuração do caso e orientação aos servidores para que esse tipo de situação não venha a ocorrer novamente. “Peço desculpas em nome da Casa. Nem todo mundo está preparado ao atendimento às pessoas que fazem mudança de gênero. A gente não vê uma orientação por parte dos superiores”, justificou.