Deputados durante discussão da Reforma Administrativa do Governo Elmano de Freitas. Foto: ALCE

Os deputados da Assembleia Legislativa aprovaram, no início da tarde desta quarta-feira (15), o projeto do Governo Elmano de Freitas que versa sobre a Reforma Administrativa da gestão. Com 32 votos a nove, a Casa Legislativa autorizou a criação de novas secretarias e outros órgãos na administração pública do Estado.

Durante toda a manhã, os deputados de oposição e alguns da base se revezaram entre críticas e defesa das matérias do governador Elmano. A aprovação expressiva revela a força do Governo neste primeiro momento e o tamanho reduzido daqueles que se propõem a fazer oposição ao Executivo.

Os votos contrários foram de Oscar Rodrigues (UB), Alcides Fernandes (PL), Antônio Henrique (PDT), Carmelo Neto (PL),Cláudio Pinho (PDT), Dra Silvana (PL), Felipe Mota (UB), Sargento Reginauro (UB) e Queiroz Filho (PDT). A votação revela, ainda, um alinhamento entre os membros do Partido Liberal, do União Brasil e de três pedetistas.

Veja como se comportaram alguns deputados durante a votação da matéria:

“No dia de hoje, vocês vão ver o deputado Reginauro votando favorável a matérias do Governo, mas não essa aqui. Ferindo a Lei? Os deputados que estão nesta Casa, peço que confiram a Lei de Responsabilidade Fiscal, releiam a mensagem governamental. Eu vim aqui para cumprir a missão de fiscalizar”, disse Sargento Reginauro (UB).

“Estamos aqui para ser a oposição critica e gritante não. Se não querem demonstra em transparência o que está acontecendo, o que eu vou dizer aos cearenses? O setor produtivo está aí. Amanhã, podem ter certeza, a responsabilidade dos senhores com o voto no painel, pode até ser esquecido, mas a sociedade e o setor produtivo não vão esquecer”, apontou Felipe Mota (UB).

“O governador está querendo pagar a dívida do pleito eleitoral, dos acordos que fez. Quer aumentar imposto para bancar a estrutura de um Estado inchado. Mas é o PT, o modus operandi do PT é esse. É aumentar cargo, aparelhar o Estado”, criticou Carmelo Neto (PL). Ele ainda apontou que não há clareza no que será feito pelas novas secretarias que serão criadas na gestão.

“Estamos aqui para aprovar o que for certo e bom para a sociedade. Mas deveria dar um tempo, pensar mais. Estamos aqui para fazer uma oposição com respeito, mas quando o respeito vem de lá para cá”, destacou Alcides Fernandes (PL).

“Estamos saindo de uma eleição difícil. Eu não vou permitir que essa Casa, esse Estado permita uma votação dessa que vai mexer no bolso de cada um. Estamos votando um projeto que aumenta cargo, onera o Estado e empréstimo que vai afundar esse Estado”, criticou Dra. Silvana (PL).

“Nós economizamos R$ 300 milhões e colocamos R$ 12 milhões com as novas secretarias. É importante que saibamos o que estamos falando. Se o Bolsonaro não tivesse criado essas péssimas condições, nós talvez não estivéssemos discutindo isso aqui”, justificou o líder do PT na Casa, o deputado De Assis Diniz. 

“Durante os oito anos do Governo Camilo Santana, como que essas políticas foram trabalhadas? Agora, se faz necessário criar novas secretarias, aumentando os gastos para os cofres públicos do Governo do Estado? São 10 secretárias mais sete assessorias com status de secretário. Isso quer dizer que todos eles vão ter remunerações iguais”, reclamou Antônio Henrique (PDT).

“Só nos primeiros 23 dias do mês de janeiro 21 mulheres foram assassinadas no Ceará. Para mim fica claro que precisamos de políticas públicas específicas para essas populações. O Brasil é o País que mais mata pessoas trans no mundo. Vocês acham isso engraçado? Eu não acho”, disse Larissa Gaspar, em defesa da Reforma Administrativa.

A parlamentar também criticou o comportamento do deputado Antônio Henrique, que segundo disse, quando presidente da Câmara Municipal de Fortaleza não pautava requerimentos para discussão de temas de interesse da sociedade.

“Me admira o meu ex-presidente da Câmara, Antônio Henrique, querer protelar o debate dessa Reforma, se na Câmara nem requerimentos de audiência eram colocados em pauta, porque não queria discutir com a população. Um verdadeiro absurdo. Eu pedi para debater a taxa do lixo, não ia nem para a pauta. Agora, mudou de Casa legislativa, muda o comportamento”, apontou Larissa.