Está muito longe de chegarmos a uma estação deste modelo. Foto: Reprodução/ Secretaria da Infraestrutura

O presidente Lula, ainda na campanha eleitoral, prometeu que no início do seu Governo, sendo eleito, como realmente foi, convidaria a todos os governadores para uma reunião onde cada um  apresentaria suas principais demandas, até quatro, para que a União pudesse ajudá-los a concretizá-las no início das gestões. Houve a reunião no dia 27 de janeiro, que segundo o governador do Ceará, Elmano de Freitas “foi muito positiva, [principalmente, por parte] do Presidente da República, de ouvir todos os governadores do Brasil para trabalharmos todos juntos os principais problemas do nosso país”, registra a informação oficial publicada no site do Governo do Estado do Ceará.

O Governo Federal está inadimplente com uma das mais importantes obras no campo da mobilização urbano na Capital cearense: o Metrofor. E as obras estão paralisadas, há algum tempo, segundo registrou, recentemente, Lúcio Gomes, o ex-secretário de Infraestrutura do Estado, até o último dia 31 de dezembro. Ele foi, como secretário, ao longo de parte do primeiro Governo de Camilo Santana e durante todo o segundo mandato de Camilo, e no ano do Governo de Izolda Cela, o responsável pelas obras do Metrofor. Lúcio, espontaneamente foi às redes sociais, no dia 26 de janeiro passado, para afirmar que “antes de sair da Secretaria, abri processo para rescisão completa do Contrato para implantação da Linha Leste, tendo em vista a enorme defasagem entre o previsto e o realizado, a falta de perspectiva de retomada dos trabalhos e recuperação do atraso e os riscos envolvidos, inclusive financeiros. Na oportunidade que tive com a equipe de transição, registrei essa recomendação”, disse.

E acrescentou: “As escavações com as 02 tuneladoras (tatuzões) foram paralisadas em abril e junho de 2021, nas proximidades do Paço Municipal e da Catedral, respectivamente, ambas a 34m de profundidade, por alegados “defeitos ocultos”. Uma parada de mais de um ano acarretou a necessidade de revisão geral das máquinas – mas o Consórcio nunca entregou relatório apresentando o que deveria ser feito. Em 2022, a evolução da obra foi baixíssima.  No final de setembro, atendendo recomendação da Supervisora, preocupada com a segurança dos equipamentos e das pessoas, pela possibilidade de ocorrência de um sinistro, com afundamento da superfície e inundação/soterramento dos túneis, resolvemos retirar, com amparo na Legislação, o item ‘escavação dos túneis’ (menos de 20%) do Contrato”.

O projeto do Metrô de superfície e subterrâneo de Fortaleza é de 2013. Está prestes a completar 10 anos. Inicialmente a obra foi orçada em pouco mais de R$ 2 bilhões, com financiamento da Caixa Econômica e BNDES, tendo significativa parte dos recursos liberados pelo Orçamento da União.   No relato de Lúcio Gomes em “ fevereiro de 2018, após redução à metade da disponibilidade dos recursos do Orçamento da União, resolvemos cancelar o contrato original, mudar o escopo do empreendimento, adequando-o às exigências dos órgãos financiadores (MDR, Caixa e BNDES) e proceder nova licitação, para o trecho ligando as futuras estações Chico da Silva e Papicu.  … Lamentavelmente, o Consórcio construtor não performou a contento, desde o início dos serviços – sempre alegava problemas extracontratuais, em estratégia clara de acrescentar itens para ‘rentabilizar’ o contrato e estender o prazo da obra”. Por último estava querendo um acréscimo de “R$ 160 milhões, sem respaldo legal, segundo a ASJUR da SEINFRA.

Segundo a informação do site oficial do Governo do Estado, a continuidade das obras do Metrofor não está nas prioridades do governador Elmano. Diz o site do Governo do Estado que na reunião com o presidente Lula, os pleitos de Elmano foram: “A volta do Minha Casa Minha Vida, o mutirão de cirurgias, a campanha contra a fome, as obras de infraestrutura e a retomada “com mais força” da Transnordestina, como de grande importância para o Ceará”.