O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, durante solenidade de investidura no cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no Palácio do Planalto. Alckmin será um dos participantes da reunião com os governadores

O presidente Lula convidou todos os governadores para uma reunião de emergência nesta segunda-feira, após as ações de vândalos que escandalizaram e amedrontaram brasileiros no domingo (8), em Brasília, culminando com a invasão das sedes do Congresso Nacional, da Presidência da República e do Supremo Tribunal Federal (STF). Lula decretou intervenção federal  na área da Segurança do Distrito Federal, e o ministro Alexandre de Moraes decretou o afastamento do governador Ibaneis Rocha, a pedido do próprio Governo Lula, por um prazo de 90 dias.

Brasileiros de direita, esquerda e de centro ficaram atônitos, na tarde e noite de domingo (8) vendo as imagens ao vivo das TVs brasileiras do vandalismo que tomou conta da Capital da República. Além de espantados, todos aqueles que têm um mínimo de responsabilidade consigo, com os seus, com amigos e o País, experimentaram a sensação de desprotegidos, e com significativa razão. Se as autoridades são impotentes para proteger os próprios mais caros ao Estado nacional, no caso os palácios sedes dos três poderes da República, como esperar que elas garantam segurança para as nossas vidas e os nossos patrimônios?

Infelizmente a Segurança não é prioridade efetiva dos governantes. Ela é, sim, motivo de discursos demagógicos, promessas vazias e por isso não cumpridas, e  explicações fajutas. E o brasileiro paga muito caro para a manutenção da segurança pública, além da segurança particular que pagam os ricos. No Ceará, por exemplo a média de pagamento do pessoal da Segurança, 41 mil aproximadamente (policiais militares, civis e do Corpo de Bombeiros), é proporcionalmente maior que a dos professores (48 mil aproximadamente).

A quantidade de crimes contra a vida insolúveis é demasiadamente grande. Os representantes do Estado, constantemente, vêm à público repudiar esse ou aquele homicídio e prometer alcançar e punir os culpados. Balela. Quase nunca a sociedade sabe quem mandou matar alguém. O caso do ex-vereador do Município de Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza, chamado Franzé do Hospital, assassinado em agosto do ano passado, apesar do compromisso público da ex-governadora Izolda Cela de que ele seria elucidado e os autores e mandantes punidos, continua com o nome do mandante ou dos mandantes no esquecimento.

Como no caso de Brasília, no domingo (8), a Segurança no Ceará não tem a Inteligência como um dos seus principais instrumentos de operação. Até o Tribunal de Contas do Estado do Ceará tem reclamado o uso da Inteligência para o bom desempenho das ações policiais. No exame das contas do último ano do governador Camilo Santana, um dos tópicos apontados pelo Tribunal de Contas foi exatamente o da falta de aplicação de recursos no campo da Inteligência na Segurança. A Força pública cearense, lamentavelmente, só sabe que integrantes de facções criminosos aterrorizam a população na Capital e no Interior quando os fatos são denunciados pelos meios de comunicação. Já está passando do tempo de os discursos demagógicos desaparecerem.