Aos 70 anos Mussi se despede do Superior Tribunal de Justiça. Foto: Reprodução/ Gilmar Ferreira

O ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu pedir a aposentadoria antecipadamente. Na manhã desta terça-feira (13), ele fez sua última sessão de julgamento na 5ª Turma, na qual foi homenageado pelos pares.

Mussi, que tem 70 anos, adianta em cinco anos a aposentadoria. Em tese, poderia ocupar a cadeira até 8 de março de 2027, quando completará 75 anos. Especialista em Direito Penal, foi empossado em dezembro de 2007, nomeado pelo então presidente Lula. Além da 5ª Turma, ele também integra a 3ª Seção, que julga temas penais, e a Corte Especial, que reúne os 15 ministros mais antigos do tribunal.

No início da sessão desta terça-feira, o ministro Ribeiro Dantas homenageou Mussi ao dizer que merece o termo pelo qual é conhecido nos bastidores do colegiado: liderança. “Vossa excelência está seguindo novos destinos da sua vida pessoal, da qual desejamos maior sorte. Nós nos sentimos um pouco orfãos quando se despede desta turma, porque aqui tivemos a sua orientação, a sua palavra de experiência,  a sua sabedoria como julgador, como grande penalista, como uma das figuras marcantes que com certeza está registrado na história deste STJ”, afirmou.

O ministro Reynaldo Soares da Fonseca fez coro às palavras. “Não posso deixar de registrar satisfação de ter convivido com vossa excelência desde 2015“, disse. “Aprendi com vossa excelência a arte de julgar na área penal”, acrescentou.

A terça-feira também marcou a primeira sessão do recém-empossado Messod Azulay como ministro do STJ e integrante da 5ª Turma. Ele foi abraçado pelos colegas e também deixou desejos de boa sorte ao ministro Jorge Mussi.

Histórico

Mussi é egresso da Justiça Estadual. Foi desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), o qual presidiu no biênio 2004-2006. Antes, foi também juiz do Tribunal Regional Eleitoral catarinense, Procurador-geral do município de Florianópolis (SC), consultor jurídico do Estado e chefe de gabinete do Procurador-geral da Fazenda no TCE-SC. Chegou a ocupar o cargo de governador interino, em janeiro de 2005.

Já na instância especial, foi ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2015 e 2017, e titular até 2019. A partir de 2018, ocupou o cargo de Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral.

Foi vice-presidente do STJ no biênio 2020-2022, na gestão de Humberto Martins, período no qual acumulou também a Corregedoria da Justiça Federal.  Teria como caminho natural a Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ. Por razões pessoais, recusou o cargo. Conciliador, Mussi gosta de ressaltar que nunca registrou “uma altercação, uma desinteligência com qualquer dos colegas” em 15 anos como ministro do STJ.

Ao Anuário da Justiça, publicado pela revista eletrônica Consultor Jurídico, destacou que costuma ocupar o tempo livre com leituras voltadas para a área doutrinária e jurisprudencial. Já nas férias, participa de pescarias de badejo na costa de Santa Catarina. Também gosta de jogar dominó, motivo pelo qual já participou de campeonatos enfrentando magistrados, políticos e personalidades.

Fonte: ConJur