Jair Bolsonaro teve apoio firme de Sérgio Moro na reta final de sua candidatura à reeleição na Presidência da República. Foto: Marcos Corrêa/ Agência Brasil

O Partido Liberal (PL), partido do presidente Jair Bolsonaro, acionou a Justiça Eleitoral para pedir a cassação do mandato do senador eleito pelo estado do Paraná, Sergio Moro (União Brasil). A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a reportagem, o diretório da legenda no Paraná questionou os gastos de campanha de Moro. O pedido, que tramita em segredo de Justiça, teria o apoio de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL. Moro teve 33,50% dos votos. Paulo Martins, do PL, ficou em segundo, com 29,12%. Com a movimentação, o partido de Bolsonaro pretende ficar com a vaga de Moro no Senado.

A Seção de Contas Eleitorais e a Coordenadoria de Contas Eleitorais e Partidárias do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PRse manifestaram no começo do mês pela desaprovação das contas de Moro. Foi o terceiro posicionamento semelhante da Corte, que apontou falhas na prestação feita pelo ex-juiz.

Dentre as falhas apontadas pelo TRE-PR estão:

  • doações financeiras enviadas depois do prazo legal;
  • doações recebidas antes da entrega da prestação de contas parcial e não informadas à época;
  • divergências entre as informações apresentadas na prestação de contas e aquelas constantes na base de dados da Justiça Eleitoral;
  • divergências entre as informações apresentadas na prestação de contas final e aquelas constantes na prestação de contas parcial;
  • falta de registro de gastos referentes a materiais de publicidade compartilhados com outros candidatos e inconsistências de despesas pagas com recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral.

Moro apoiou a reeleição de Bolsonaro e chegou a acompanhar o presidente em debates presidenciais. A relação dos dois, no entanto, não era das melhores desde que Moro deixou o Ministério da Justiça acusando o presidente de intervir politicamente na Polícia Federal.

De acordo com o Estadão, o partido de Bolsonaro usa como precedente o caso da ex-juíza Selma Arruda, cassada em 2019 por irregularidades na prestação de contas.

Fonte: ConJur