Líder do PDT na Câmara de Fortaleza, Júlio Brizzi já foi gestor na administração do ex-prefeito Roberto Cláudio. Foto: CMFor

Nos últimos dias, algumas matérias de origem do Poder Executivo têm chegado na Câmara Municipal em regime de urgência, sem tempo hábil para discussão e conhecimento dos vereadores sobre o conteúdo de determinados projetos, a exemplo do texto da taxa de lixo. Júlio Brizzi, que é líder do PDT, partido do prefeito Sarto, tem reiterado no Plenário Fausto Arruda, seu descontentamento com tais atos da gestão.

De acordo com o pedetista, a Casa tem se transformado em uma espécie de “cartório” da Prefeitura de Fortaleza, onde os parlamentares não são respeitados em sua função de debater o conteúdo encaminhado pela gestão. Apesar de ser do mesmo partido do prefeito Sarto, Júlio Brizzi tem demonstrado incômodo com a situação e reverberado seu descontentamento durante as sessões ordinárias da Câmara.

Na quinta-feira passada, além da proposta da taxa de lixo, ele reclamou de outros dois projetos que teriam sido protocolados naquela manhã e já sendo analisados nas comissões temáticas designadas, sem que os vereadores tenham tido acesso a seus conteúdos. “Uma das propostas trata da instituição do modelo de gestão de resultados para a Prefeitura, um tema super importante. Não tive como estudar o projeto que chegou aqui e já está na CCJ. Não estou tendo, como parlamentar, a possibilidade de debater o assunto”, reclamou.

Incomodado

Segundo ele, os comentários nos bastidores da Câmara Municipal dão conta de que a Casa está virando “um cartório da Prefeitura”. “Chega aqui, vem extrapauta e quem sabe já é cotado. Esses projetos chegaram 8 horas da manh]a e já vai sair daqui aprovado. São coisas como essas que me causam profunda tristeza e me deixam incomodado”, apontou.

Ainda de acordo com o pedetista, as prioridades para matérias do Governo Sarto, sem uma maior discussão a respeito, podem revelar que os vereadores “não têm opinião para dar, não tem valor para contribuir. E que o conhecimento que têm não serve para as cabeças iluminadas da Prefeitura. Parece que é isso. É um desrespeito ao nosso trabalho”, apontou Júlio Brizzi, que já foi gestor durante a administração do ex-prefeito Roberto Cláudio.