Ciro Gomes. Foto: Reprodução

Ciro já havia antecipado que não disputaria mais a chefia da Nação depois de sua quarta derrota, a deste ano.  Mas a possibilidade de ser o presidente Bolsonaro o vencedor do pleito deste ano, motivava o cearense a voltar a ter seu nome na relação dos próximos pretendentes. É que entendiam os seus correligionários que, Bolsonaro, sendo eleito, não teria nomes preparados para a sua sucessão, diferentemente do que ocorre com o Lula, líder de um expressivo quadro de candidatos, dentro e fora do seu PT.

O PDT, mesmo que não tenha um dos seus no primeiro escalão do Governo Lula, não estará à vontade para fazer oposição à gestão petista, pois foi um dos apoiadores de Lula, com o aprovo de Ciro, embora não tão de bom grado. E pior, sob o mesmo argumento apresentado para votar em Lula no segundo turno, a defesa da Democracia, acabará fazendo a defesa da nova gestão federal em razão da oposição que a ela fará o grupo bolsonarista, saído muito forte das urnas, segundo o resultado final da disputa. Ciro, sem fazer oposição, tende a ficar apagado.

Ciro, reconhece ter sido o isolamento de suas postulações o principal motivo dos seus insucessos na pretensão de chegar à Presidência da República. Se bem antes da campanha recém finda, quando mantinha boas relações com Lula, nunca conseguiu o seu apoio para concorrer ao cargo de primeiro mandatário da Nação, agora, depois de ter escrachado com Lula, em todos os espaços que conquistou na última campanha, é que ficou mais difícil de ter qualquer gesto de boa vontade do presidente eleito.

Ademais, Ciro pode até, por um tempo, esquecer o Governo que Lula iniciará a partir de janeiro do próximo ano, mas, por certo, não poupará o Governo a ser feito pelo petista Elmano de Freitas, no Ceará, posto que, as sequelas da última eleição cearense deixaram marcas muito fortes que durarão por longo período de tempo. Elas causaram não apenas as consequências naturais de uma derrota eleitoral. Elas chegaram ao ambiente mais sagrado para o próprio Ciro que era o familiar. A cumplicidade que ele e o irmão Cid deixavam transparecer era tão forte que todos os defensores da família, mesmo sendo adversários políticos, admiravam.

Ele e uma parte do PDT, incluindo dirigentes nacionais, querem ser oposição ao Governo do Ceará, mesmo sabendo que perderão alguns filiados. E todos sabemos como ele faz oposição. Lula pode até não se preocupar com o Ciro no Ceará, mas uma boa parte dos petistas, que já os enfrentava, sem ter a máquina do Estado como retaguarda, por certo encarregar-se-á de trabalhar para aumentar mais ainda o distanciamento do governo petista cearense dos aliados do ex-presidenciável.