O levantamento foi realizado entre os dias 3 e 13 de agosto e ouviu 2,1 mil em todo o País. Foto: Reprodução/José Cruz

Pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) mostrou que 67,5% dos entrevistados brasileiros têm “muito medo” (49,9%), ou “um pouco de medo” (17,6%), de ser vítima de agressões físicas em razão de escolhas políticas ou partidárias neste período pré-eleições 2022.

A pesquisa revelou ainda que 45,2% dos entrevistados têm “muito medo” de sofrer uma ameaça em razão de escolhas políticas ou partidárias e 17,4% dos ouvidos dizem ter “um pouco de medo”.

O levantamento foi realizado entre os dias 3 e 13 de agosto e ouviu 2,1 mil em todo o País. Dos entrevistados, 3,2% dizem ter sofrido alguma ameaça por causa de suas escolhas políticas ou partidárias, o que, em projeção na população, indica 5,3 milhões de brasileiros. Além disso, 1,4 milhão de brasileiros afirmou ter sido vítima de violência física no começo da campanha eleitoral deste ano – 0,8% da população.

Assinada pelo instituto Datafolha, a pesquisa “Violência e Democracia: panorama brasileiro pré-eleições de 202″ mostra a preocupação com a escaladas da tensão advindas da disputa política e fez com que diversas instituições cearenses se reunissem na ampliação do Observatório da Intolerância Política e Ideológica do Estado do Ceará.

Desde a última quarta-feira (15/09), os cidadãos cearenses podem enviar denúncias de casos de intolerância – inclusive de forma anônima, no endereço eletrônico https://bit.ly/2VEz3UB
Após o registro da denúncia pelo site, os encaminhamentos são conduzidos pelo Observatório em diálogo direto com os autores da denúncia, fazendo os devidos acompanhamentos.

A proposta do Observatório é adotar as medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis, acompanhando junto aos órgãos competentes a apuração civil e criminal, nos casos de crimes ou condutas que violam os princípios democráticos de convivência e de expressão. Os detalhes dos casos são sigilosos em respeito à privacidade das vítimas, pessoas físicas vulnerabilizadas pela ameaça ou violência sofrida. “Em momentos importantes para a nossa democracia, as instituições mostram altivez e se reúnem, em um fim comum, que é salvaguarda do Estado Democrático de Direitos e pelos direitos à livre manifestação dos cidadãos cearenses”, pontuou Elizabeth Chagas, defensora pública geral do Ceará.

A Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE) coordena o funcionamento do Observatório da Intolerância Política e Ideológica do Ceará, mas trata-se de uma iniciativa coletiva que reúne o Ministério Público do Estado, a Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará, a Defensoria Pública da União, o Conselho Estadual de Direitos Humanos, a Ouvidoria Externa da Defensoria, o Comitê de Memória, Verdade e Justiça, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, a Associação dos Amigos da Casa Frei Tito e a Associação Brasileira Juristas pela Democracia.

Fonte: Defensoria Pública do Ceará