O mesmo vídeo apresenta uma fala distorcida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Ricardo Stuckert/PT.

A Coligação Brasil da Esperança ajuizou nesta última segunda-feira (12/09) uma representação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) seja impedida de veicular um vídeo no qual afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) foi responsável por manifestações públicas violentas, agressivas e desordeiras.

Com a frase “na época do PT, as manifestações eram assim”, a peça publicitária associa o partido a imagens de incêndios em manifestações e cenas de vandalismo.

O mesmo vídeo apresenta uma fala distorcida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A entrevista do candidato da Coligação Brasil da Esperança foi recortada e extraída de seu contexto original.

“Assim fez a propaganda impugnada com o objetivo de sugerir, de maneira artificial e maliciosa, que o candidato atribui menor importância à família em seu posicionamento político, sendo que, na fala original, outro é o assunto e o significado contido nas palavras de Lula”, afirmam os advogados Eugênio Aragão e Cristiano Zanin Martins na representação.

A mesma peça ainda traz imagens de Bolsonaro capturadas durante os eventos oficiais de comemoração do Bicentenário da Independência. O ministro do TSE Benedito Gonçalves proibiu, em decisão liminar publicada no último sábado (10/09), o uso de imagens dos atos de 7 de setembro por constatar que houve “indícios robustos da prática de condutas com potencial abusivo”, o que poderia prejudicar o equilíbrio das condições de igualdade nas eleições.

“A veiculação ocorre exatamente no momento em que o país está submetido a um grave cenário de violência política estimulado não pelo Partido dos Trabalhadores, mas, sim, pelos aliados de Jair Bolsonaro. Impossível ignorar que já houve dois casos – públicos e notórios – de homicídio de simpatizantes do PT exatamente nesse cenário. Vale dizer, a propaganda em tela distorce totalmente a realidade dos fatos também sob essa perspectiva”, dizem os advogados.

Fonte: site Conjur