Principais candidatos ao Governo do Ceará. Fotos: Divulgação / Montagem: Blog do Edison Silva.

Um candidato a deputado estadual, muito bem relacionado com todos os grupos políticos cearenses, me disse, entre surpreso e decepcionado, nunca ter experimentado um ambiente de campanha eleitoral tão belicoso como o atual. O clima, segundo ele, entre apoiadores da candidatura de Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT), não é apenas de disputa entre adversários, que até bem pouco eram aliados, mas de ódio entre petistas e pedetistas, e de alguns deputados pedetistas apoiadores de Elmano contra colegas do partido e de outras agremiações que decidiram ficar com Roberto Cláudio.

Poucos, pouquíssimos mesmo, sabem do grau de animosidade existente entre Camilo Santana e Ciro Gomes, refletindo diretamente na campanha, e até nas relações pessoais entre aliados deles. A propaganda eleitoral, que em determinado momento pode surpreender a alguns, pela agressividade de umas e outras peças exibidas, ou mesmo os embates nos raros debates entre os candidatos, refletem muito pouco ou quase nada do ambiente hostil que nos bastidores são visíveis e reais.

A Justiça Eleitoral cearense, pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em reforçar, com Forças Federais, a segurança do processo de votação do eleitorado cearense, no dia 2 de outubro vindouro, dobrou a quantidade de municípios anteriormente apontados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para receberem militares do Exército. Em julho, os juízes do TRE solicitaram o concurso das Forças Federais para 10 municípios. Agora, na última terça-feira (20), coincidentemente após uma reunião do ministro Alexandre de Moraes com representantes das Polícias Civis dos estados brasileiros e Distrito Federal (o representante do Ceará neste encontro foi o Dr. Sérgio Pereira dos Santos), saiu o anúncio oficial de que o Ceará terá reforço na Segurança das eleições em 32 Zonas Eleitorais (em Fortaleza são 17 Zonas), o que corresponde a 20 municípios do Interior, visto que algumas Zonas reúnem mais de um Município.

Em 2018, num momento de grande preocupação com a Segurança geral do Estado, não foi preciso a presença de integrantes da Força Federal em tantos municípios quanto agora. A Agência Brasil, após a votação, no dia 7 de outubro daquele ano, publicou uma notícia, onde consta o seguinte trecho: “O Ceará tem reforço na segurança para o primeiro turno das eleições. O efetivo conta com 3.300 militares do Exército, 10.804 policiais civis e bombeiros e 40 cidades com videomonitoramento”. “Nos cinco municípios em que estamos atuando aqui no Ceará (Fortaleza, Caucaia, Juazeiro do Norte, Maracanaú e Sobral), temos quase 2,5 milhões de eleitores e foi registrado apenas um flagrante de crime eleitoral até o momento. Isso nos dá muita tranquilidade da atuação da tropa. A eleição foi muito tranquila”, afirmou o comandante da 10ª Região Militar, general Cunha Mattos”.

A insegurança hoje sentida no Estado, realmente é motivo de grande preocupação, tanto que está no centro das prioridades dos três principais candidatos ao Governo do Ceará (Capitão Wagner, Elmano de Freitas e Roberto Cláudio), mas não é ela a razão primeira ou única para o pedido da ajuda federal para a garantia de um dia de votação tranquilo nos 184 municípios cearenses. O pedido de socorro é, indiscutivelmente, pelo nível de tensão interna nos ambientes dos comitês das campanhas, uma ação preventiva da Justiça Eleitoral e do próprio Governo do Estado, posto que a obrigação de garantir a tranquilidade da votação é da Polícia estadual. O pedido de ajuda é quando a Força local reconhece sua incompetência para tal ação.

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