Segundo o candidato pedetista, o PT buscou o fim da aliança no Ceará. Foto: Divulgação

O candidato ao Governo do Estado Roberto Cláudio fez críticas às políticas das gestões Camilo Santana no que diz respeito ao enfrentamento da violência no Ceará, em especial contra as facções criminosas, e na área de Saúde. De acordo com o postulante, em sabatina ao site UOL, por ter sido prefeito de Fortaleza e presidente da Assembleia Legislativa, tem um diferencial que seus adversários não possuem.

Sobre as gestões de Camilo, ele afirmou ser necessário reconhecer méritos, mas se conectar com o povo “insatisfeito com facções criminosas, filas de exames, consultas e cirurgias, desemprego e fome. Ao passo que a liberdade e verdade pautarão as coisas boas, mas os problemas, serão acompanhados das devidas soluções. Não quero ser o crítico, mas apontar caminhos”, disse.

O candidato afirmou que tem como diferencial dos demais candidatos a experiência de liderar debates no parlamento, quando presidente da Assembleia Legislativa e mobilização popular como prefeito, além de gerenciar o orçamento e “entregar o que foi prometido, mudando para melhor a vida das pessoas”.

Quanto ao problema das facções, ele reconheceu ser um problema de caráter nacional, mas destacou que o Estado tem que enfrentar as responsabilidades em seu território. O pedetista também destacou que o povo tem enfrentado filas de espera em consultas de cirurgia, e esse é um dos problemas que precisa ser sanado.

Segundo ele, o Fundo de Combate à Pobreza, o Fecop, teria cerca de R$ 600 milhões disponíveis e, até o momento, as políticas apresentadas pelo Governo do Estado apenas “lambem o problema da pobreza”. ” Eu vou enfrentar diretamente o problema da pobreza. É preciso uma política focada e eu também farei isso se for govenador do povo cearense”.

Sobre a relação com o Partido dos Trabalhadores e Camilo Santana, Roberto Cláudio lembrou que, em 2012, após vencer a campanha eleitoral, convidou o partido para fazer parte de sua base, mas a sigla petista negou. Em 2014 apoiou Camilo e disse que se dedicou intensamente, porque o adversário era Eunício Oliveira, que segundo ele, “tem pouco serviço prestado ao Ceará”. “Agora, é o mais entusiasmado, tendendo a indicar o vice do Elmano”, disse sem citar que o líder emedebista também indicou seu vice, Gaudêncio Lucena, há cerca de dez anos.

“Em 2016 fui candidato e o PT não nos apoio porque lançou candidato. Em 2018 apoiamos o Camilo de novo. Em 2020, o PT, mais uma vez, não pôde apoiar o candidato do PDT, lançou Luizianne. Esses são os fatos”, disse.
Democrática

Segundo Roberto Cláudio, a decisão do PDT em apoiar seu nome para a disputa deste ano foi democrática “demonstrando a vitalidade de nossas bases”. De acordo com o pedetista o processo começou em outubro do ano passado e utilizou critérios claros, como pesquisa de opinião e votação no dire´tirol, onde venceu Izolda Cela por 55 votos a 29.

“No entendimento da aliança, cabia ao PDT o processo de escolha autônomo e cabia ao PT o nome ao Senado. O PT escolheu o Camilo e ao final do processo, quando o PDT escolheu meu nome, escolheu, unilateralmente, sair da aliança. Eu procurei diálogo para manter a aliança. Todos os movimentos do PT foram no sentido de seguir no caminho contrário da aliança”, disse.

Izolda

Para ele, em nenhum momento dos dez meses do processo de pré-campanha foi aventado o direito natural de Izolda a ser a candidata ao Governo do Estado, o que só foi aventado por Camilo Santana nos últimos meses. “O PDT contratou uma pesquisa de opinião e eu pontuei 20% acima da governadora Izolda. Não é verdade que ela tinha conhecimento junto ao povo. Em todas as análises que foram realizadas, sinalizava que nossa candidatura era a mais forte para o enfrentamento com o Capitão Wagner”.

Sobre a possibilidade de participação de Cid Gomes na sua campanha, Roberto Cláudio afirmou que tem conversado com o senador pedetista. Em sua avaliação, o líder político ainda não se manifestou sobre como atuará no pleito deste ano, mas salientou que ele “não deve faltar a essa participação”.