Guilherme Sampaio respondeu a denúncias feitas por Lúcio Bruno no dia anterior. Foto: CMFor

Um dia após o vereador Lúcio Bruno (PDT) ter levado à tribuna denúncias de supostas “chantagens” sobre prefeitos que apoiam o candidato Elmano de Freitas (PT), o vereador Guilherme Sampaio (PT) partiu em defesa do ex-governador Camilo Santana. O petista insinuou que o prefeito Sarto estaria pressionando servidores de sua gestão para apoiar o nome de Roberto Cláudio (PDT) ao Governo do Estado.

Vereador pedetista diz que prefeitos estão sendo coagidos a apoiar Elmano e Camilo. “Ministério Público, fique de olho”

“Lamento dizer que o colega Lúcio Bruno se passou. Com a adesão de 113 prefeitos à candidatura do Elmano, já temos um empate técnico, com muitos eleitores nem sabendo quem é o Elmano. Quero crer que essa situação e a reação próxima e admiração que o Bruno tem pelo Roberto Cláudio possam ter influenciado o excesso em seu pronunciamento. Lamento, porque temos no Ceará um objetivo maior, que é o de banir o bolsonarismo que ronda nosso Estado”, disparou Guilherme.

Ele alertou que Camilo Santana já está há alguns meses distante do poder, e não tem a caneta na mão para fazer promessas ou impor qualquer posicionamento de aliados. Segundo o petista, “quem pressiona prefeito é quem tem poder”. “Quem está no poder é o prefeito Sarto e aqui na Câmara nos chegam nos corredores denúncias de diretores de escola sendo pressionados a ir para reunião e levar 50 pessoas, de terceirizados para participar de reunião. O Lúcio foi chefe de Governo e teve apoio de cargos comissionados e terceirizados”.

O parlamentar defendeu o respeito aos prefeitos cearenses e também questionou o que teria levado o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, irmão de Ciro Gomes, a não apoiar o nome de Roberto Cláudio. “Pergunte ao Ivo Gomes quem pressionou para ele não estar na campanha do Roberto Cláudio. Vocês erraram na tática eleitoral. Ligue para ele, pergunte porque ele não está na campanha do Roberto Cláudio”.

O vereador Sargento Reginauro (UB) entrou na discussão e afirmou que pedetistas e petistas fazem parte do mesmo grupo no Ceará, e que  a prática de uso de terceirizados nas campanhas eleitorais é uma realidade do grupo governista. O líder do Governo, Gardel Rolim (PDT), lembrou que em 2012 estava na gestão da então prefeita Luizianne Lins (PT) e foi demitido ao se alinhar com a candidatura de Roberto Cláudio, à época filiado ao PSB.

A vereadora Adriana Nossa Cara (PSOL) foi a única a lembrar aos demais que o uso de assessores, terceirizados ou servidores públicos para fazer campanha eleitoral é crime. “Quero pedir mais cuidado aos vereadores sobre esse tema, por causa do teto de vidro. Olhem suas próprias práticas”, apontou.