O senador Cid Gomes (PDT) e o ex-vice-governador, Domingos Filho (PSD).

Me parece equivocada a afirmação de que a governadora Izolda Cela está disputando com o ex-prefeito Roberto Cláudio a indicação de candidata à reeleição. Em nenhum momento como vice-governadora, e há quase 60 dias como governadora do Estado do Ceará, não há qualquer manifestação implícita ou explícita da senhora Izolda Cela, que a indique ser pretensa postulante à continuar no comando do Governo. Sequer faz alvoroço nas inaugurações, próprio de políticos e candidatos dominados pela afetação em épocas eleitorais, como a do momento. Ao contrário, da parte dela tudo tem sido feito com a devida simplicidade.

A governadora Izolda Cela pode, sim, disputar sua própria reeleição. Mas para isso ela não precisa estar disputando a indicação do seu nome, pelo PDT, com nenhum outro correligionário. Ela sabe como chegou ao lugar de vice, e manteve-se na reeleição. E sabe também, como poucos, quem ou quais são os responsáveis pela indicação de candidato no grupo político a que pertence. Portanto, as bajulações do momento não a modificarão. Os bajuladores de hoje são os de sempre. Qualquer pessoa que ascende ao poder é logo incensada. Izolda não tem dado espaço aos bajuladores, e vários deles já não estão mais de plantão no primeiro gabinete do Palácio da Abolição.

E não é só a governadora que sabe quem manda no grupo hoje albergado no PDT. Vários outros políticos, com mais tempo ao lado dos irmãos Ciro e Cid Gomes, também sabem como agem os seu líderes, tanto que um deles ao responder a indagação sobre quem seria o seu candidato a governador tendo como escolha a governadora Izolda Cela e o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, não titubeou: “o meu candidato é o do Cid”. E ao final será o de todos, mas poucos têm a coragem e a sinceridade daquele, daí falarem além do que devem na tentativa de demonstrar uma força política inexistente.

Hoje, sem dúvida, o grupo governista não repetirá o episódio de 2014, quando Camilo Santana foi escolhido candidato a governador fora do partido comandado pelo senador Cid Gomes. Naquela época, ficando no Governo para comandar a sua própria sucessão, Cid sabia quão fraca era a oposição comandada pelo ex-senador Eunício Oliveira, por isso desconsiderou todo trabalho feito pelos pretensos candidatos da época: Zezinho Albuquerque, Mauro Benevides Filho e Domingos Filho, vice-governador do Estado, que não aceitou renunciar ao mandato com Cid, razão da decisão deste de ficar até o fim como governador.

Mesmo ressabiados, todos estiveram integrados na campanha como se Camilo fosse o candidato deles de longas datas. E não foi diferente quanto à escolha do candidato a prefeito de Fortaleza, nas eleições de 2020. O hoje prefeito José Sarto não tinha o seu nome apontado para disputar o cargo até pouco tempo antes do início das convenções partidárias. Teria ele entrada na relação dos quatro pretendentes dentro do PDT, apenas para compor um quadro, e foi o escolhido por Ciro Gomes. Todos os demais, após a definição, passaram a ter Sarto como se candidato fosse já há algum tempo.

Portanto, tem razão o deputado que disse: “o meu candidato é o do Cid”. Ele não sofrerá decepções e nem será motivo de chacota, como serão os que hoje opinam a favor desse ou daquele, pois terão que “engolir” o apresentado.

Veja o comentário do jornalista Edison Silva: