Encontro do PDT do Ceará aconteceu na tarde desta segunda-feira (07) na sede do partido em Fortaleza. Foto: Reprodução/Twitter.

No início da tarde desta segunda-feira (07) o Partido Democrático Trabalhista (PDT) do Ceará realizou encontro de sua executiva para discutir a conjuntura estadual, quanto a composições para as eleições e formação de chapa proporcional na Câmara Federal e Assembleia Legislativa. A sigla definiu que apoiará uma eventual candidatura de Camilo Santana ao Senado Federal, Ciro Gomes à Presidência e buscará diálogo com atuais e ex-aliados partidários visando o pleito eleitoral de 2022.

“Temos no Ceará, há alguns anos, uma composição que vem dando certo e sendo referência para o projeto nacional. Queremos a manutenção dessa composição para que possamos ter em outubro a permanência um projeto que deu certo e afastar projetos retrógrados e sem experiência que possam ser implantados no nosso Estado”, disse André Figueiredo, presidente estadual da sigla.

De acordo com o senador Cid Gomes, uma das definições foi o apoio integral à pré-candidatura de Ciro Gomes, que segundo ele, precisa se consolidar como uma alternativa aos dois projetos encabeçados pelas candidaturas do ex-presidente Lula e do presidente Jair Bolsonaro.

Para ele, uma pretensa candidatura do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) mais atrapalha o atual chefe do Poder Executivo federal do que uma eventual postulação do PDT. “Nosso objetivo é ocupar a segunda vaga e fazer uma discussão no segundo turno. Penso que qualquer um dos vencedores precisará do apoio do outro, já excluída essa candidatura do Bolsonaro, que representa o radicalismo e a negação”, disse o senador.

Cid destacou que, a despeito dos projetos nacionais distintos, no Ceará há possibilidade de manutenção da aliança estadual, visto o que já ocorreu em eleições passadas. Ele lembrou que no Estado, o projeto da base governista é liderado pelo governador Camilo Santana, do PT. “Entendemos que o papel que o Camilo tem hoje no cenário nacional, a representatividade que adquiriu, o coloca como agente importante para uma candidatura ao Senado Federal, que terá pleno apoio do PDT”, afirmou.

Ainda segundo ele, passada a chamada “janela partidária”, até dia 2 de abril, e definição das federações de partidos, o PDT irá procurar os partidos que historicamente têm sido aliados de seu grupo político no Ceará. Dentre as legendas que os pedetistas querem em seu arco de aliança estão o PT,  PP, PSL, PSD, PSB, MDB, Republicanos, PL, PSDB e DEM.

Apesar do interesse do PDT em manter aliança com essas agremiações, Cid Gomes salientou alguns pontos que devem ser levados em consideração, como o processo de fusão do PSL e DEM, que deve se tornar o “União Brasil”, disputado entre base e oposição no Ceará. Apesar de ser um tradicional aliado do grupo governista, o PL filiou Jair Bolsonaro em dezembro passado, e os pedetistas vão aguardar as orientações nacionais.

Parceiros

O Republicanos, que em 2020 esteve ao lado de Capitão Wagner (PROS), está dialogando com o PDT, conforme garantiu Cid Gomes. Durante coletiva de imprensa, o senador afirmou, ainda, que não há qualquer veto ao MDB e que vai procurar a legenda para conversar. Em 2018, a sigla fez parte da coligação governista. No entanto, se distanciou das lideranças pedetistas.

“Queremos ratificar nossa relação com o prefeito Acilon Gonçalves e o deputado Júnior Mano, do PL. O PSDB se aliou com nosso projeto, tendo o maior governador da história do Ceará, o senador Tasso Jereissaiti, que foi aliado do prefeito Sarto. Já temos começado a dialogar com o Republicanos para termos eles de volta ao nosso abrigo”, disse Cid Gomes.

Sobre a disputa eleitoral, Cid Gomes afirmou que a legenda vai respeitar seus parceiros, “sem ter ambição desmensurada de trazer filiados”, mas desejando preservar, e se possível, ampliar a presença na Câmara Federal e elegendo até 16 deputados para a Assembleia Legislativa. Já durante a “janela partidária”, até início de abril, o PDT deve atrair um nome para seus quadros.

Vice-governador

Sobre o nome para composição da chapa majoritária, Cid Gomes disse defender que isso seja definido de forma coletiva. Segundo ele, é natural que aliados pleiteiem a vaga de candidato a vice-governador, visto que o PDT deve lançar o nome para disputar o Governo do Estado e o PT aquele que indicará o candidato ao Senado.

“Assim como o PT pode pleitear, o PDT e outros, como o PP, o PSD. Eu defendo que, partindo do pressuposto que a candidatura a governador seja do PDT e senador do PT, essa seja ao final de todos os passos que ainda irão acontecer. Importante examinar isso com análises, ver as candidaturas adversárias. Tudo são fatos que precisam ser analisados antes do fechamento da chapa”, disse o senador.

Estiveram presentes ao encontro: o senador Cid Gomes, o presidente do PDT, André Figueiredo; o prefeito de Fortaleza, José. Sarto Nogueira; o ex-prefeito Roberto Cláudio, além da vice-governadora Izolda Cela e os deputados Mauro Filho, Salmito Filho e Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa do Ceará.