Deputado Romeu Aldigueri criticou as investigações e o tempo entre as obras na Arena Castelão e a ação da PF. Foto: ALECE.

A decisão da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), que, por unanimidade, tornou nula a ação da Polícia Federal realizada no ano passado de buscas e apreensão na casa de Ciro Gomes, foi comemorada nas principais casas legislativas do Ceará, na manhã desta quarta-feira (23).

Alguns parlamentares chegaram a relatar o teor político da operação realizada, chegando a apontar interesse do presidente da República, Jair Bolsonaro, em atingir seus adversários políticos em ano eleitoral.

Na Assembleia Legislativa, o deputado Romeu Aldigueri (PDT) criticou as investigações e o tempo entre as obras na Arena Castelão e a ação da polícia. “A decisão do TRF-5 foi embasada na falta de requisitos suficientes que fundamentassem a decisão de investigações na casa de Ciro e na ausência de contemporaneidade, entre o período que ocorreram as obras e o momento atual. A obra do Castelão aconteceu entre 2010 e 2013 e a busca e apreensão agora em 2021, 10 anos depois do fato investigado”, pontuou.

O parlamentar lembrou que em 40 anos de vida pública, Ciro Gomes não teria respondido a qualquer processo sobre corrupção. “Ciro teve sua honra e honestidade questionadas, mas a decisão apresentada nessa terça-feira mostra que a verdade sempre vem à tona e prevalece, e que podemos e devemos sim confiar na Justiça”, afirmou.

“Não poderia deixar de falar também de Cid Gomes, o senador mais bem votado da história do Ceará, ex-deputado estadual, ex-presidente desta Casa e também prefeito de Sobral. Governador do Estado por duas vezes, realizou obras de grande importância para o nosso Estado”, defendeu.

Marcos Sobreira (PDT) afirmou que a investigação foi uma tentativa frustrada de linchamento moral. “Hoje pela manhã eu tive a curiosidade de ler na íntegra a decisão e o que vemos que foi uma tentativa de linchamento moral, que buscava atingir a honra, era uma tentativa de desmoralizar o maior governador que o Estado já teve, Cid Ferreira Gomes”.

Osmar Baquit (PDT) comemorou a anulação e destacou que a decisão da Justiça não o surpreendeu. “Ela veio com tudo aquilo que todos nós sabemos ou já sabíamos. Essa história de chamar Ciro e Cid de desonestos não cola. Você pode inventar qualquer defeito, mas desonestos não”.

Nizo Costa (PSB) elogiou a liderança dos ex-governadores, destacando que a decisão judicial “mostra quem são esses grandes homens”.

“Gabinete do ódio”

Em evento realizado na noite da última terça-feira (22), Ciro Gomes também se manifestou sobre o tema. Segundo ele, o Tribunal entendeu que o pedetista foi “vítima de arbitrariedade”. “O TRF fez Justiça. Sou um homem limpo e dou essa satisfação. Meus próprios adversários reconheceram isso. O Lula foi generoso ao afirmar que eu era um homem generoso. Quero agradecer a todos”, destacou.

A decisão também repercutiu entre aliados na Câmara Municipal de Fortaleza. Moura Taxista (PSB) afirmou que o brasileiro tem se acostumado a ver injustiças sendo cometidas, o que aconteceu no caso específico. “O TRF-5 anulou aquele teatro de péssimo gosto, que foi promovido e arquitetado pelo gabinete do ódio contra um dos maiores homens públicos do Brasil”, defendeu.

“Com essa sentença, o TRF, por unanimidade, anulou aquele espetáculo midiático em desfavor do Ciro. A Justiça confirmou o que foi apresentado pela defesa e o Ciro continua ficha limpa”, destacou Júlio Brizzi (PDT).

Adail Júnior (PDT), por sua vez, defendeu não somente Ciro Gomes, mas também o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio: “É bom demais defender Ciro Gomes e Roberto Cláudio”.