Auditório Ademar Arruda. Foto: Ascom/CMFor.

A Câmara Municipal de Fortaleza realizou, no auditório Ademar Arruda, audiência pública sobre o tema “o que diz a ciência sobre a vacinação contra Covid-19 de crianças e adolescentes?”. Evento solicitado pela vereadora Priscila Costa (PSC).

A Mesa foi composta pelo promotor Sérgio Louchard, titular da primeira promotoria da infância e da juventude de Fortaleza; pela promotora de justiça da 12ª promotoria de Educação de Fortaleza, Enilda Afonso de Sousa; pela representante da Associação de Fortaleza Ordem e Liberdade, professora Rosana Terceiro e pelo professor/doutor do curso de Direito da UFC, Glauco Barreira Filho.

“Quero compartilhar com vocês as motivações pessoais e como vereadora que me fizeram solicitar essa audiência. Estamos sendo surpreendidos, ainda, com negligência por parte do poder público, bem como violação das nossas liberdades. Dessa forma o que causou a indignação no meu coração, foi o fato de recentemente mais de 3 mil crianças terem sido vacinadas de forma irregular no Estado do Ceará. Para se ter uma ideia, as autoridades que dizem que as vacinas devem ser obrigatórias por serem confirmadas pela ciência, foram as mesmas que vacinaram de forma irregular mais de 3 mil crianças, que receberam doses de adultos. Elas receberam vacinas não aprovadas pela Anvisa, inclusive crianças com menos de quatro anos. E esses profissionais vacinaram desconhecendo as diretrizes da Anvisa,” frisou a vereadora Priscila Costa.

Segundo ela, um dos objetivos da audiência é colocar as crianças e a vida no seu devido lugar. “Recebi mães no meu gabinete que tiveram filhos com reações violentas da vacina e nos hospitais os médicos estavam surpreendidos com as situações pois não foram treinados. Recebi pais que tiveram reações adversas e temem vacinar os filhos e esses pais e agora estão sob a ameaça da imprensa e do Ministério Público, que podem perder a guarda dos próprios filhos”, detalhou.

O vereador Jorge Pinheiro também falou de seu temor de levar os filhos para receber a vacina. “Quero mais informações para poder levá-los com segurança. Meus filhos têm idades de 13, 11, 09, 06 e 03 anos e eu sou responsável por eles. Uma pessoa me disse que não há risco na vacina, eu perguntei a ele se leu a bula que diz que traz reações adversas. Quero ter mais segurança porque eu é que vou arcar com as consequências e preciso decidir livremente, conscientemente, se eu quero assumir riscos que vão não só afetar a vida dos meus filhos, mas a minha própria. Peço a Deus que discutamos isso sem polêmica. Pessoas nos agridem dizendo que somos extremistas, antivacina, negacionistas, mas o que nós queremos é decidir por nós mesmos o caminho a seguir”, disse.

O médico Sandro Bandeira, chefe de emergência da UPA da Praia do Futuro e diretor suplente do Sindicato dos Médicos. Ele disse que seu maior ensejo não é discutir a eficácia da vacina, mas falar dos efeitos adversos.

“Nós não temos nenhum treinamento sobre o que fazer e o tempo hábil para solucionar. Entendo o temor dos pais, tomei três doses da vacina e tive reações que tive que me afastar por três dias. Algumas pessoas têm reações fortes e outras quase nenhuma. Existe cada contexto. Quero respeitar a autoridade da família, dos pais, não estamos aqui para brigar, mas nos unirmos. Por isso, proponho que seja realizado um treinamento com os profissionais sobre o que fazer em casos de reações adversas”, avaliou.