Senador Eduardo Girão (Podemos/CE). Foto: Marcos Oliveiras/Agência Senado.

O início do ano político no Brasil pode começar com uma votação preocupante para a vida dos cidadãos: o Projeto de Lei 442/91 que libera todos os jogos de azar em território nacional, pode estar em pauta a partir do dia 2 de fevereiro na Câmara dos Deputados.

Defensor da causa contra a jogatina, o senador Eduardo Girão (Podemos) aponta a lavagem de dinheiro, evasão de receita, sonegação fiscal, prostituição infantil e o vício, como efeitos diretos da aprovação de um texto dessa natureza.

“Deputados federais já votaram pela urgência desse PL no apagar das luzes de 2021 e sem debate com a população. Além de beneficiar criminosos, a jogatina devasta famílias inteiras, pois junto com o jogo de azar, vem o tráfico de armas, drogas, prostituição infantil e suicídio”, pontuou o senador.

Entre os jogos permitidos estão: máquina caça níquel, cassinos, jogo do bicho e bingos. O movimento Brasil Sem Azar busca conscientizar entidades religiosas, movimentos sociais e políticos sobre os riscos que a legalização dos jogos de azar podem trazer para os brasileiros.

No hall de argumentos dos apoiadores da ideia está o maior fluxo de turistas, ponto que pode ser desarmado com um exemplo eficiente da capital dos jogos de azar do mundo, Las Vegas, onde menos de 4% das receitas dos cassinos é de turistas estrangeiros. Ou seja, se essa realidade for reproduzida aqui no Brasil, teremos os próprios brasileiros empregando seu dinheiro no mundo do jogo.

Além disso, de acordo com o Banco Mundial, o turismo na África do Sul e em Portugal, países ditos como cases de sucesso para liberação dos cassinos no mundo, cresceu 216% e 81%, consecutivamente, entre 1995 e 2019. Já no Brasil, o percentual é de 219%, ou seja, não há ligação direta entre a liberação desse tipo de atividade e o aumento ou melhoria do turismo brasileiro.