De acordo com o Sindicato dos Bancários do Ceará, foi solicitada a obrigatoriedade do passaporte da vacina para entrada nos bancos, porém, ”o pedido ainda não foi atendido”. Foto: Érika Fonseca/CMFor.

O crescimento de casos de COVID-19 e de síndromes gripais está afetando vários setores da economia cearense.

A cada semana milhares de trabalhadores entram de licença devido ao acometimento das doenças. Somente no setor bancário, nesta semana, 30 agências em Fortaleza fecharam suas portas por falta de funcionários.

A interrupção do serviço nessas unidades aconteceu porque funcionários tiveram suspeita ou confirmação de COVID-19, bem como têm sido acometidos pelo surto de Influenza H3N2 que o Estado enfrenta.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo, o Sindicato havia alertado ao setor patronal sobre um possível aumento de casos devido as festas de fim de ano. ”Mas a situação nos surpreendeu devido o alastramento muito rápido e o aparecimento da influenza”, afirmou.

Ele deu sua opinião, informando que os bancários são muito vulneráveis, porque  trabalham em locais fechados, com pouca ou nenhuma renovação de ar, e portanto o grande risco de contaminação pelo atendimento direto ao público.

”Havíamos solicitado ao Governo do Estado que incluísse os bancos na lista dos setores onde deve ser exigido o passaporte de vacina, mas ainda não fomos atendidos”, contou Carlos.

Ele observa que o setor bancário é um dos únicos que constituiu uma mesa de negociação com o setor patronal com relação a questão da COVID. ”O fechamento das agencias é decidido em comum acordo quando do aparecimento de casos ou de suspeitas. Os trabalhadores doentes são isolados de acordo com os protocolos e aqueles que tiveram contato também, até que faça um teste que indique se está contaminado ou não”, frisou.

Carlos Eduardo observa que em reunião recente com a Federação de Bancos e o movimento nacional dos trabalhadores foi apresentada uma pauta de reivindicações, entre elas; a redução dos atendimentos presenciais, o retorno do home office, a ampliação da testagem dos trabalhadores e maior rigidez nos protocolos de saúde. Ele destaca que o Sindicato tem feito campanha nas agências bancárias com materiais informativos alertando sobre os riscos e os cuidados que devem ser obedecidos.

Disse que em contato com a Febraban recebeu a informação que em dezembro de 2021 em todo país haviam 50 agencias fechadas devido a casos de COVID-19 e neste mês de janeiro o número atingiu a mais de 900 agências, 40 delas no Ceará. ”Em Fortaleza temos mais de 8 mil trabalhadores e estimamos que pelo menos 1.500 estão afastados. Somente um banco nos informou que em um dia 150 pessoas pediram afastamento e isso impacta muito no atendimento aos clientes”, observou.

Ele solicita a compreensão da população para só se dirigir às agências em casos que não possam ser resolvidos por aplicativo ou caixas eletrônicas, para evitar que mais casos possam surgir. Ele observa que o Sindicato está em alerta para receber qualquer denúncia de constrangimento por parte dos patrões que tentem obrigar os trabalhadores doentes a trabalhar.

Comércio

O presidente do Sindicato dos Comerciários, Sebastião Costa, disse que tem várias empresas que estão fechando setores por falta de trabalhadores. ”Temos visto muitos casos positivos. Estimo que mais de 50% da categoria está afastada devido a covid e sintomas gripais, mas isso é algo que verifico na visita as lojas, não temos estatísticas sobre isso”, disse.

Ele ressalta que nesta sexta-feira (21), às 13h, o Sindicato estará realizando uma reunião para se posicionar sobre a situação. ”Vamos elaborar uma pauta de reivindicações e levar para o Prefeito e Governador. Temos assento no Comitê Estadual da Covid e vamos apresentar lá o quadro real que a categoria vem enfrentando. Mas a situação está ocorrendo em várias categorias. Os comerciários são mais vulneráveis pelo contato direto com a população”, pontuou.

Fonte: Câmara Municipal de Fortaleza.