Uchoa Lima foi o único cearense a ocupar a presidência nacional da OAB.

Morreu em Fortaleza nesta segunda-feira (27), aos 89 anos, o advogado (Francisco) Ernando Uchoa Lima, ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, ex-senador da República, por mais de uma vez secretário de Estado no Ceará, membro da Academia Cearense de Letras e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Ernando Uchoa foi um dos mais requisitados criminalistas do Estado do Ceará, à sua época, ao lado de Jurandir Porto Rosa e Evaldo Pontes.

O advogado cearense foi presidente da seccional do Ceará da OAB nos biênios 1989/1991 e 1991/1993, passou pelo Conselho Seccional da entidade e pela Comissão de Direitos Humanos. Em 1993, foi eleito vice-presidente do Conselho Federal. Ele chegou à presidência da OAB Nacional em abril de 1995 e comandou a entidade até janeiro de 1998.

Ernando Uchoa Lima teve sua trajetória marcada por uma relevante atuação na seara criminal, no magistério e também na política, tendo sido senador da República e secretário estadual nas pastas de Justiça e Cultura. Era membro da Academia Cearense de Letras e foi agraciado com a Medalha Advogado Padrão da OAB-CE, a Medalha José de Alencar e o Troféu Sereia de Ouro. Também foi professor e diretor-pedagógico do Colégio Lourenço Filho e conselheiro do Tribunal de Contas do Ceará.

“É com muita tristeza que recebo a notícia da perda do amigo Ernando Uchoa. Ele teve uma contribuição inestimável para a advocacia e para o Direito. Com seu caráter pacificador e espírito conciliador de homem cumpridor de palavra, fez um trabalho em prol da união da advocacia na sua gestão no Conselho Federal. Presto toda a minha solidariedade aos familiares e amigos”, afirmou Felipe Santa Cruz, presidente nacional da OAB.

A OAB-CE manifestou seu pesar pelo falecimento do advogado e decretou luto oficial de três dias. “Uma perda imensurável para o Direito. A Ordem se solidariza com a família e amigos nesse momento de profunda dor e reitera que seu legado muito nos orgulha e será sempre lembrado, não só no estado do Ceará, mas em todo o país”, disse a presidente em exercício da entidade, Vládia Feitosa.

Marcus Vinícius Furtado Coelho, ex-presidente da OAB nacional, também lamentou a morte de Uchoa Lima. “Perdemos um líder de alma boa e leve. A advocacia e a cidadania muito obtiveram em decorrência da atuação deste ex-presidente da OAB nacional que marcou a história da entidade. Um conterrâneo do Nordeste que esteve à altura dos desafios”.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins, recebeu com tristeza a notícia. “Este grande amigo e irmão destacou-se enquanto homem de conduta pessoal, ética e profissional irretocáveis, com passagens memoráveis pela presidência da OAB-CE e como membro do Conselho da Justiça Federal, representando a classe dos advogados. De notável conhecimento jurídico e humanístico, Ernando Uchoa Lima representa uma perda irreparável não só para a advocacia, mas também para todo o sistema de Justiça e para a sociedade brasileira. Seu legado de honrosos serviços prestados à cidadania será eterno! Que Deus, em sua infinita misericórdia, conforte a família e os amigos neste momento de luto”, escreveu.

Para o advogado Otávio Luiz Rodrigues, Uchoa Lima foi um dos últimos expoentes de uma geração que reconstruiu a OAB após o regime militar. “Homem elegante, forjado na busca pelo consenso, deixou a presidência do Conselho Federal da OAB sob uma chuva de pétalas jogadas pelos funcionários da entidade, tamanho o carinho que por ele nutriam. Teve grande influência na OAB nos anos 1980-1990 e foi o primeiro cearense a presidi-la”.

O advogado Carlos Roberto de Siqueira Castro também manifestou o seu pesar. “Com muita tristeza e saudade, comunico o falecimento do ilustre e querido amigo Ernando Uchoa Lima. Foi um grande presidente do CFOAB, muito digno, conciliador, acolhedor e fraterno com todos nós. Deixa um exemplo para o Ceará, para o Brasil e para a advocacia brasileira. Que Deus abençoe sua alma e espírito e proteja sua família”.

Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), por meio de nota, também manifestou “profundo pesar” pela morte de Uchoa Lima. O advogado ingressou no IAB em 1995, mesmo ano em que assumiu a presidência da OAB.

Com informações do site ConJur.