Arte: Ascom/Podemos.

A direção nacional do Podemos anuncia a filiação do ex-juiz federal Sergio Moro para esta quarta-feira (03/11) às 9h no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. “A chegada dele reforça a luta do Podemos por um Brasil mais sério, mais justo e igualitário”, comemora as lideranças que esperam reunir políticos de vários partidos, empresários e representantes da sociedade civil no evento.

“Estamos extremamente honrados e felizes com o ingresso de Sergio Moro ao nosso Podemos. Muito nos orgulha tê-lo nas fileiras do Podemos, por tudo o que ele representa e já fez pelo País. Trata-se de uma pessoa singular, íntegra e muito capacitada”, comemora a presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP).

O partido deseja que Moro seja candidato à Presidência da República em 2022. “É o sonho não só do Podemos como de vários partidos e de boa parte do eleitorado brasileiro. A resposta se pretende concorrer à Presidência, Sergio Moro dará mais para a frente. Até lá, ele assina a filiação ao Podemos e depois percorre o Brasil para divulgar seu livro ‘Contra o sistema de Corrupção’, que deve chegar às livrarias em dezembro”, diz a direção do partido.

TRAJETÓRIA

O ex-magistrado Sergio Fernando Moro ganhou notoriedade mundial ao ser o juiz responsável pelos processos da Operação Lava Jato, a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil. À frente da 13ª Vara Federal de Curitiba, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e pagamentos de propinas vieram à tona e grandes nomes da política e do empresariado brasileiro acabaram atrás das grades.

Após 22 anos de magistratura, ele deixou a carreira jurídica para compor a equipe de ministros do Governo do presidente Jair Bolsonaro quando assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública em janeiro de 2019.

Em 24 de abril de 2020, Sergio Moro pediu demissão em entrevista coletiva acusando o seu chefe, Bolsonaro, de se intrometer nos trabalhos da Polícia Federal por exonerar o diretor-geral da PF indicado por Moro. Na época a Polícia Federal estava investigando o esquema das “rachadinhas” – desvio de recursos públicos – dentro do gabinete do ex-deputado Flávio Bolsonaro.

Em seu pronunciamento, Sergio Moro disse que “não poderia aceitar a substituição”, que foi considerada como interferência presidencial na hierarquia do ministério comandado pelo ex-juiz.

Antes da Lava Jato, no início dos anos 2000, Moro condenou líderes do tráfico internacional, como Lucio Rueda Busto, do Cartel de Juarez, a maior organização criminosa do México, e Fernandinho Beira-Mar, que mesmo dentro da cadeia comandava a distribuição de drogas e armas.

A principal aposta de Sergio Moro era a aprovação do pacote anticrime, que foi enviado ao Congresso e teve tramitação conturbada. Dentre as 53 propostas do ex-ministro, foram rejeitados 28 itens.

A proposta sancionada por Bolsonaro acrescentou, entre os pontos estabelecidos, a criação da figura do juiz das garantias, cujo veto havia sido sugerido pelo então ministro.

Com informações do site do Podemos.