Reitor da UFC, advogado Cândido Albuquerque. Foto: Viktor Braga/UFC.

O reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cândido Albuquerque, foi o entrevistado desta segunda-feira (27) do Conexão Assembleia, programa multiplataforma da Rádio FM Assembleia (96,7 MHz).

Em conversa com a jornalista Kézya Diniz, ele garantiu que a instituição está pronta para o retorno das aulas presenciais.

Cândido destacou que, ainda no início da pandemia da Covid-19, a UFC foi a primeira Universidade a anunciar que não iria suspender as atividades, com a adoção do sistema remoto. Na entrevista, o reitor detalhou como está sendo a orientação para o retorno das aulas presenciais.

“Nós estamos desde outubro do ano passado com as aulas práticas. Os professores estão liberados para voltar às aulas presenciais, obedecendo os protocolos. Claramente a pandemia cedeu. Cada professor, dentro da sua liberdade de cátedra, tem o direito de optar conforme a necessidade da disciplina. Pouquíssimas universidades conseguiram atingir os objetivos que nós atingimos. Hoje a universidade acabou se tornando um modelo”, avaliou Cândido.

Conforme o calendário letivo da UFC, neste mês de setembro inicia-se o semestre 2021.2, com previsão de finalização em janeiro.

A expectativa do reitor é normalizar o calendário universitário no início de 2022, sem que nenhum semestre seja perdido em virtude da pandemia. Ao manifestar grande preocupação em evitar a evasão de estudantes, o reitor explicou quais cuidados serão tomados na UFC para garantir um retorno presencial seguro.

“Nós vamos adotar todo o protocolo. Álcool em gel, máscara, distanciamento, tudo nós vamos adotar. Nós fomos o último País a retomar as atividades das escolas públicas, e isso é muito grave. O mundo voltou muito rápido. Quando você tira um jovem de 12, 13, 14 anos, da escola, durante um ano, a possibilidade dele não voltar é muito grande. E esse risco nós também temos na universidade”, entendeu.

Sobre a vacinação, o reitor explicou que não vai exigir comprovação de vacina àqueles que retornarem às aulas presencialmente durante este semestre. Cândido, que ocupa o cargo de reitor conforme escolha do presidente Jair Bolsonaro, explicou que há casos de professores que testaram positivo para covid-19 durante a pandemia, mas que não foram afetados pelos sintomas e “seguem sua vida normalmente”.

“É um direito desse professor não querer tomar vacina, e, pessoalmente, não acredito que será uma única pessoa que colocará todas as conquistas que fizemos durante esse período a perder”, disse.

Quanto aos resultados conquistados pela universidade durante esse período, ele destacou o Programa de Inclusão Digital da UFC, por meio do qual os estudantes passaram por processos seletivos para terem acesso a uma cobertura maior de internet e a possibilidade de permanecerem conectados durante as aulas. Segundo ele, o programa “é a maior ação de inclusão digital da história das universidades no Brasil”.

“Nós contratamos 6 mil chips, distribuímos 1.800 computadores, recebemos da Receita Federal 351 equipamentos que também foram distribuídos. Instalamos na universidade o melhor sistema de wifi que existe. Dessa forma nós enfrentamos a pandemia”, enalteceu.

Cândido Albuquerque relatou que, em viagens a outros países, observou que o setor produtivo está dentro das universidades, o que justifica o seu esforço em aproximar-se de empresas, permitindo a concretização do Condomínio do Empreendedorismo. Além disso, entre as demais obras de sua gestão como reitor, Cândido relatou que nada vai ser tão emblemático como inaugurar o Campus de Itapajé.

Ele também comentou sobre a “hipertrofia do Poder Executivo e o ativismo do Poder Judiciário”, atendendo a uma pergunta feita pelo deputado Audic Mota (PSB). Cândido explicou que ambos os problemas têm a mesma origem, que é a falta de um Parlamento forte. Ele considerou que nos países desenvolvidos, tais como França, Estados Unidos, Inglaterra, o Executivo jamais pensaria em se envolver nos assuntos do Legislativo, “pois este tem uma legitimidade muito grande, é plural e emana do povo”.

Para o reitor, o equilíbrio das grandes democracias parte do Parlamento, e no Brasil, os parlamentares são campeões de processos. “Quem pode conter essa hipertrofia do Executivo e esse ativismo do Judiciário é um Parlamento forte, o nosso Senado Federal. Mas o que vemos no Brasil são coisas como essa CPI da covid-19, onde pessoas investigadas estão investigando outras pessoas”, criticou.

Fonte: Assembleia Legislativa do Ceará.