Senador Cid Gomes e ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. Foto: Reprodução.

O senador Cid Gomes (PDT/CE) apontou o nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, como o mais cotado do seu grupo político, nesse momento, para disputar a sucessão de Camilo Santana no Governo do Ceará. A análise foi feita em entrevista ao programa Conexão Assembleia, da rádio FM Assembleia (96,7 MHz), na manhã desta segunda-feira (23). De acordo com o senador, a questão mais importante a ser decidida atualmente, com vistas ao processo eleitoral de 2022, é a manutenção ou não da aliança com o PT em nível estadual. Segundo ele, a partir da definição da aliança, o natural é que o candidato a governador do Estado seja do PDT.

“Dentro desse contexto, o melhor nome do PDT nesse momento, o mais popular, o que aparece com mais chances nas pesquisas eleitorais é o do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio”, adiantou Cid Gomes.

Sobre a conjuntura política nacional no que se refere à eleição de 2022, o senador manifestou otimismo com o desempenho do seu irmão Ciro Gomes na disputa pela Presidência da República. Para ele, a depender dos indicadores de pesquisa nas vésperas da eleição, as chances de Ciro Gomes se tornar presidente são reais.

“Se em junho ou julho de 2022 estiver Lula com 35%, Bolsonaro com 18% e Ciro com 14%, escreva: o Ciro será o presidente da República”, avaliou.

Segundo ele, nessa hora as pessoas vão começar a votar por opção, e não por negação. “Ciro passará o Bolsonaro, disputará com o Lula (no 2º turno), que tem mais rejeição do que ele, e será eleito”, projetou.

Cid Gomes comentou ainda sobre as suas impressões a respeito do governo Bolsonaro. Para ele, trata-se de um governo sem planejamento algum e marcado pelo imponderável, embora não acredite que o impeachment do presidente seja a solução para a má administração.

“O impeachment não pode ser confundido com um remédio para governo ruim, pois se fosse, já caberia há mais de um ano. Mas torço que isso não aconteça, porque acredito que a democracia é aprendizado, e se a gente ficar encontrando subterfúgios e alternativas para compensar uma escolha equivocada da população, a gente acaba não aprendendo e não tendo a noção sobre a consequência do voto”, salientou.

Questionado pelo repórter da FM Assembleia, Sílvio Augusto, sobre avaliações e expectativas dele em relação à CPI da Covid-19, Cid Gomes observou que ela tem cumprido o seu papel, ao mostrar como são os bastidores de Brasília no mundo dos negócios, que ele definiu como um “mundo podre”.

“A CPI tem elucidado muito isso, de expor a grande roubalheira que estava montada no que diz respeito à compra de vacinas, contribuindo para mostrar a verdadeira face do governo Bolsonaro. Agora, se ela vai culminar em algo mais drástico eu não sei, mas ela já é capaz de reunir provas para acusar o presidente Bolsonaro de charlatanismo”, pontuou o senador.

Já em resposta a questionamento do deputado Guilherme Landim (PDT) sobre como seria possível promover avanços constitucionais dentro dos Parlamentos contra as ameaças democráticas, Cid Gomes ressaltou que tudo passa por um processo de maturidade da democracia.

“A maturidade democrática faz com que a gente acompanhe mais e fiscalize mais os poderes. E uma das coisas que a democracia vai detectando com o amadurecimento é que a opinião pública não existe espontaneamente, que não existe opinião isenta, pois toda opinião tem uma manifestação ideológica”, destacou.

Ainda para o senador, por mais que existam instrumentos coibitórios, jurídicos e legais, é necessário apostar na força da democracia. “Eu confio que o poder está na mão do povo, e se ele é bem informado, ele escolhe bem”, complementou.

Fonte: Assembleia Legislativa do Ceará.