Deputado de oposição, José Guimarães (PT), se posicionou nas redes sociais. Foto: Reprodução/Twitter.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, admitiu em “live” realizada na quinta-feira (29), não ter provas concretas sobre fraudes no sistema eleitoral brasileiro e expôs diversas informações falsas.

O presidente disse que ocorreu inversão na totalização de votos nas Eleições Presidenciais de 2014, em que a candidata Dilma Rousseff (PT) foi reeleita presidenta, derrotando o então candidato Aécio Neves (PSDB). Bolsonaro alegou que houve alternância na liderança entre Dilma e Aécio por mais de 200 vezes ao longo da apuração dos votos.

“Não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas. São indícios. Crime se desvenda com vários indícios”, disse o presidente. “É uma certeza? Não é uma certeza. Mas é um indício fortíssimo”, declarou Bolsonaro sem apresentar qualquer comprovação das acusações.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se manifestou simultaneamente, na mesma noite de quinta-feira (29), sobre os levantamentos feitos pelo Chefe de Estado.

Nesta sexta-feira (30) já informamos através deste Blog, por meio de notícias do TSE, que aconteceu alternância na liderança da disputa em 2014, somente às 19:32.

Diversas críticas foram direcionadas ao presidente após a “live” transmitida na última quinta-feira (29). Ministros, políticos de oposição e especialistas repudiaram os direcionamentos divulgados por Bolsonaro.

O deputado federal cearense José Guimarães (PT) afirmou por meio de suas redes sociais: ”Por essas e outras que é o Presidente eleito com menos credibilidade da história do Brasil”.

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) também se manifestou e conclamou impeachment do atual presidente da República. ”Este Governo, que ampliou o sentido da corrupção, fazendo-a transbordar das órbitas política e financeira para a da corrupção da linguagem e dos significados, continua sua marcha de impunidade sem que o Congresso e o Judiciário acionem as ferramentas democráticas. Impeachment, já!”, publicou Ciro.

Outro ponto criticado foi acerca da condução das ações do Presidente na pandemia. Bolsonaro havia falado que se ele tivesse coordenando a pandemia, não teria morrido tanta gente, apontando repressão ao STF e alegando independência dos Estados.

O Supremo desmentiu as falas do Bolsonaro, esclarecendo que todos os Poderes tinham a responsabilidade de agir.

O ex-ministro da Saúde, e o primeiro a comandar a pasta no período de pandemia no Brasil, Luiz Henrique Mandetta, disse que o presidente tinha plena autonomia para conduzir a crise sanitária no país, e confirmou que ele próprio ”desenhou” o que Bolsonaro deveria fazer. ”Não fez, deu maus exemplos e adiou o quanto pode a compra de vacinas, porque tinha motivações obscuras. Não minta, presidente. Ninguém te proibiu de nada”, escreveu Mandetta.