Deputado Carlos Felipe afirmou que elegendo um nome para a Câmara Federal, PCdoB Ceará ajudará o partido a cumprir a meta nacional. Foto: ALECE.

Uma das legendas históricas do Brasil, o PCdoB corre o risco de perder quadros internos importantes, dentre eles o governador do Maranhão, Flávio Dino. No entanto, de acordo com lideranças locais da legenda, há uma convergência entre agremiações de esquerda nessas movimentações.

O partido aposta na aprovação do projeto de Lei que versa sobre a criação das chamadas federações partidárias, e dessa forma manter sua participação na política partidária brasileira.

A proposta, oriunda de projeto do Senado aprovado em 2017, aguarda o presidente da Câmara Federal, o deputado Arthur Lira (PP-AL), colocar na pauta para votação. As federações são formadas por dois ou mais partidos, que se unem para atuar em conjunto no Parlamento, como bloco partidário, durante uma legislatura, ou seja, quatro anos.

De acordo com o presidente estadual do PCdoB no Ceará, Luis Carlos Paes, enquanto eventuais alterações na legislação eleitoral não forem votadas e aprovadas, o que existe é apenas especulação. Segundo ele, até o início de abril do próximo ano é possível que mudanças ocorram com filiações e desfiliações nas mais diversas legendas, a exemplo do que ocorreu em 2020.

“No nosso caso, estamos construindo chapas próprias para deputado federal e estadual, tendo em vista recuperar nossa vaga na Câmara Federal e manter nossas duas cadeiras na Assembleia Estadual”, disse o dirigente. Atualmente, o PCdoB do Ceará possui dois deputados na Assembleia Legislativa, Carlos Felipe e Augusta Brito, e perdeu o assento que teve na Câmara Federal por 25 anos.

Além de Flávio Dino, o PCdoB corre o isco de perder quadros como Manuela D’Ávila (RS) e Orlando Silva (SP), que têm sido nomes importantes do partido já há alguns anos.

O deputado Carlos Felipe afirmou ao Blog do Edison Silva que a decisão do diretório é apoiar a proposta da Federação Partidária e dessa forma, tentar em 2022, eleger a mesma bancada de estaduais e voltar a ter um nome na Câmara Federal ajudando o partido a cumprir a meta nacional.

Para o ex-vereador de Fortaleza, Evaldo Lima (PCdoB), o partido acredita na aprovação do projeto que possibilitará a sobrevivência de partidos importantes para a democracia, como PCdoB, PSOL e Rede Sustentabilidade, além de outras forças. Segundo ele, o ingresso de quadros partidários em outras forças políticas é uma tática de defesa da democracia.

“O que está em conflito é de um lado o projeto civilizacional e do outro a barbárie, aquilo que é representado pelo bolsonarismo. Esses quadros que venham a sair é mais uma tática eleitoral, pois sairiam pela porta da frente, com amplo dialogo. A gente está apostando no projeto de Federação Partidária”, disse.