A CMO já deveria ter discutido o texto, mas um acordo adiou os trabalhos para hoje (25). A presidente do colegiado, deputada Flávia Arruda (PL-DF), e os líderes partidários resolveram analisar alternativas para viabilizar a votação do parecer na comissão mista, de manhã, e no Congresso, à tarde. Foto: Reprodução/ Edilson Rodrigues/Agência Senado

Nesta quinta-feira (25), o Congresso Nacional reúne-se para analisar a proposta orçamentária deste ano (PLN 28/20).

Em razão da pandemia de COVID-19, a sessão acontecerá em duas etapas. A primeira, na Câmara dos Deputados, está marcada para as 15 horas. A segunda, no Senado, para as 18 horas.

O relator-geral do Orçamento, senador Marcio Bittar (MDB-AC), apresentou no último domingo (21) a primeira versão do parecer final. Ele ainda poderá fazer alterações e suprimir trechos antes de submetê-lo à Comissão Mista de Orçamento (CMO). É o parecer da CMO sobre o relatório que o Congresso deverá analisar.

A CMO já deveria ter discutido o texto, mas um acordo adiou os trabalhos para esta quinta, às 10 horas. A presidente do colegiado, deputada Flávia Arruda (PL-DF), e os líderes partidários resolveram analisar alternativas para viabilizar a votação do parecer na comissão mista, de manhã, e no Congresso, à tarde.

Pontos polêmicos

O acordo surgiu depois que parlamentares de oposição e da base de apoio ao Governo Federal questionaram pontos do relatório de Marcio Bittar. Faltaria dinheiro para saúde, educação, ciência e tecnologia, infraestrutura, segurança e turismo, além de verbas para combate às drogas e à violência contra mulheres.

O deputado Felipe Carreras (PSB-PE) recebeu muitos apoios para um destaque que devolve recursos ao Censo Demográfico. O relator-geral foi criticado por cortar R$ 1,75 bilhão dessa ação orçamentária, que restará inviabilizada. A contagem populacional em 2020 já havia sido adiada em razão da COVID-19.

Flávia Arruda e o líder do governo na CMO, deputado Claudio Cajado (PP-BA), avaliam que o parecer do relator-geral é ”justo e realista” em um cenário de restrições fiscais. Em documento, a equipe econômica alertou ontem que, neste ano, há risco de um ”estouro” de quase R$ 17,6 bilhões no teto dos gastos.

Visão geral

A proposta orçamentária para 2021 sugere melhora no Produto Interno Bruto (PIB) – um crescimento de 3,2% com base em projeção de novembro. Com a pandemia, a economia encolheu 4,1% em 2020, o pior resultado em 25 anos.

A meta fiscal é um déficit de R$ 247,1 bilhões para o Governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência), ante o recorde de R$ 743,1 bilhões em 2020, também devido à COVID-19. O resultado primário está no vermelho desde 2014.

Fonte: Câmara dos Deputados