Márcio Martins mencionou projeto apresentado pelo senador Eduardo Girão para “coibir” pesquisas eleitorais. Foto: Reprodução/Youtube.

O vereador Márcio Martins (PROS), foi à tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza, nesta quarta-feira (02), lamentar o resultado do segundo turno das eleições deste ano, quando o candidato que ele defendia, Capitão Wagner (PROS), foi derrotado nas urnas. Para o parlamentar, as pesquisas eleitorais influenciaram o resultado final da campanha. Já os governistas disseram a Martins que aceitasse a derrota, que isto faz parte do processo democrático.

Em sua fala, Martins chegou a dizer que o senador Eduardo Girão (Podemos) apresentou um projeto no Congresso Nacional visando coibir o que ele chamou de “ação criminosa dos institutos de pesquisas”. O vereador do PROS fez um discurso que, em vários momentos, mencionava os congressistas, como uma espécie de recado como se os parlamentares de Brasília fossem ouvi-lo.

“Fortaleza foi vítima de um estelionato eleitoral. Os senadores, os deputados federais precisam acordar para o que os institutos de pesquisa fizeram no Brasil. O senador Eduardo Girão já entrou com projeto para coibir a ação criminosa dos institutos de pesquisa”, disse. “Se os congressistas não agirem, essa mesma prática pode, novamente, tentar influenciar os brasileiros nas eleições de 2022”, emendou.

Segundo ele, a prática é premeditada e não equivocada, o que tem atrapalhado, em sua avaliação, apenas candidaturas de centro-direita. Nos últimos dias antes do pleito, as pesquisas eleitorais davam margem de diferença expressiva entre Sarto e Capitão Wagner, porém, o resultado das urnas foi de 51% para o pedetista e 48% para o republicano.

As insinuações de Martins geraram reação por parte de vereadores da base governista. Frota Cavalcante (PSD), por exemplo, afirmou que não houve qualquer reclamação por parte dos apoiadores de Wagner quando as pesquisas mostravam o então candidato liderando as intenções de votos do eleitorado fortalezense.

“Queria que o Márcio aceitasse que dói menos. Não adianta chorar. Não tem o que chorar, não tem o que reclamar. O papel dele é tentar querer desfazer uma vitória suada, trabalhada a muitas mãos. Mas não tem jeito, o prefeito eleito é o Sarto e acabou”, apontou Cavalcante.

“Eu vou dizer também: aceita que dói menos”, disse o vereador Adail Júnior (PDT), que voltou a criticar parlamentares que faziam parte da gestão do prefeito Roberto Cláudio e agora participam da oposição criticando o Governo do qual eram aliados até o início do ano.

“Estelionato eleitoral é a deslealdade. Ver o Ronaldo Martins, que participou de todo o Governo, criticando a gestão do melhor prefeito do Brasil. Estelionato eleitoral é ver o Danilo Forte denunciando a gestão da qual a família dele fazia parte”, disse.

Para Iraguassú Filho (PDT), é preciso entender alguns detalhes que as pesquisas eleitorais não conseguem identificar, como a intenção do momento, o voto dos indecisos e a abstenção. Há, casos, segundo ele, de pessoas que, por algum motivo, resolveram votar e outras desistiram do voto.

O líder do Governo, Esio Feitosa (PSB), lembrou que as pesquisas eleitorais divulgadas foram contratadas por grandes conglomerados de comunicação sem relação política com os candidatos. Para ele, a tese de “estelionato eleitoral” não se sustenta, e que até o próprio prefeito eleito, Sarto (PDT), pode ter sido prejudicado por aqueles eleitores que não foram votar, já que as pesquisas mostravam que ele se consagraria vitorioso.

“É importante dizer que a leitura que faço é que nós também fomos prejudicados. É muito provável que boa parte do nosso eleitorado tenha deixado de votar, que tenha havido desmobilização do nosso eleitorado por conta da pesquisa. Mas isso fica no campo das conjecturas”, apontou Feitosa.