Iniciativa da TV Otimista contou com a presença de nove dos dez candidatos com registro deferido. Foto: Reprodução/Youtube.

Nove dos dez candidatos com registro de candidatura deferido pela Justiça Eleitoral participaram, na noite de domingo (01), do primeiro debate eleitoral transmitido pela TV Otimista, em Fortaleza. Durante as 2h30min do programa foi possível perceber o clima de animosidade entre os postulantes, principalmente, os três que lideram as pesquisas de intenção de votos na Capital cearense.

Também chamou atenção o embate sobre questões nacionais, principalmente, com relação à gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Por diversas vezes, os candidatos Anizio Melo (PCdoB) e Renato Roseno (PSOL) destacaram a luta de suas candidaturas contra o avanço do “bolsonarismo” em Fortaleza.

Capitão Wagner (PROS), por sua vez, teve que responder a questionamentos sobre ser o candidato apoiado pelo presidente da República. Já Heitor Freire (PSL), mesmo tendo sido chamado de “cara de pau” por Bolsonaro, elogiou o chefe de Estado afirmando que ele é um dos melhores presidentes que o País já teve.

O uso de Bolsonaro nas discussões entre os candidatos em Fortaleza tem relação com o que mostraram as pesquisas de intenção de votos na Capital cearense. A gestão do presidente tem tido avaliação negativa entre o eleitorado fortalezense. O apoio dele a um candidato, de acordo com as amostragens, pode prejudicar o desempenho de determinado candidato.

Wagner, porém, afirmou que o candidato que ganhar o pleito eleitoral deste ano na Capital cearense terá que ter boa relação com o Governo Federal para atrair recursos para a cidade. Isso, no entanto, não convenceu os postulantes mais à esquerda que partiram para o ataque contra Bolsonaro diversas vezes.

Esperava-se, ainda, um maior confronto entre Wagner, Sarto (PDT) e Luizianne Lins, o trio que está liderando as pesquisas eleitorais, e que nas últimas semanas protagonizaram embates através das propagandas eleitorais.

Logo no início do programa, Sarto afirmou que Wagner teria envolvimento com motins de militares na Capital, o que poderia ser comprovado através de reportagens jornalísticas. O candidato republicano rebateu, em outro bloco do debate, questionando o pedetista sobre sua autonomia, uma vez que estaria atrelado aos irmãos Ciro e Cid Gomes, líderes do grupo governista no Ceará.

A candidata do PT, Luizianne Lins, foi preparada para falar dos feitos de suas duas gestões à frente da Prefeitura de Fortaleza entre 2005 e 2012. Em confronto com a petista, Heitor Freire (PSL) atacou o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula.

O candidato Célio Studart (PV), por sua vez, focou boa parte de sua participação em criticar seus adversários que estão realizando carreatas e aglomerações na cidade, segundo ele, sem se preocupar com o cidadão fortalezense.

Em dado momento, Heitor Férrer (SD) questionou Sarto sobre a promessa de zerar as filas na saúde de Fortaleza, dizendo ser impossível. O pedetista concordou com o colega e disse que as filas na área da saúde são dinâmicas. Férrer, porém, afirmou que “o candidato tem que dizer o que é possível fazer… Quando é dito que vai ‘zerar filas’ quer dizer que vai deixar realmente as filas zeradas”.

Fortaleza

O debate deste domingo (01) serviu para juntar, no mesmo espaço, praticamente todos os candidatos a prefeito de Fortaleza que apresentaram algumas propostas e se mostraram ao eleitor. Em 2h30min de debate mais propostas poderiam ter sido apresentadas para a população, mas com os ânimos acirrados muitas ideias ficaram em segundo plano entre os postulantes.

Os candidatos a prefeito de Fortaleza ainda podem participar de mais um debate, desta vez em TV aberta, o que poderá alcançar um público maior, fazendo com que eles partam mais para o ataque aos seus adversários.