Inicialmente Rodrigues tinha pedido afastamento de 90 dias, mas depois retificou ampliando o prazo para 121 dias. Foto: Joana Araújo/Agência Senado.

O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) retificou seu pedido de licença apresentado na manhã desta terça-feira (20) para o Senado e ampliou o período de afastamento da Casa por 121 dias. No pedido inicial, ele havia solicitado 90 dias. Rodrigues pediu a licença após ser flagrado com grande volume de dinheiro em espécie durante operação da Polícia Federal.

No pedido de afastamento, o senador afirma que o dinheiro encontrado na cueca dele é lícito: “Não são verdadeiras as afirmações de que estes teriam sido desviados de verbas destinadas ao enfrentamento da pandemia”, rebate Rodrigues.

Segundo o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, Jayme Campos (DEM-MT), a licença de Chico Rodrigues não interfere no processo que tramita no Conselho de Ética.

“São duas coisas bem diferentes. Uma coisa é a licença que ele pediu. A outra é a representação que se encontra no Conselho de Ética. Não interfere em coisíssima alguma, não tem nada a ver. O processo continua no seu ritmo normal. O que precisamos é que a Advocacia do Senado se manifeste e aí eu reúno o Conselho de Ética para designar um relator através de um sorteio. Por isso o relator tem um prazo de cinco dias para fazer sua manifestação de forma preliminar, com isso abrindo vista também para a pessoa que está representado por denunciado”, disse.

Jayme Campos reforçou que Chico Rodrigues terá direito à ampla defesa.

“Ele não está afastado, está licenciado. Mesmo licenciado, claro, será dado a ele o direito de ampla defesa. Nós não podemos em hipótese alguma deixar de cumprir aquilo que está estabelecido dentro da própria Constituição”, informou.

Com a saída temporária de Rodrigues, assume o cargo o primeiro suplente, que no caso de Rodrigues é o seu filho, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues, também do DEM.

Afastamento

Na quinta-feira (15) o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, pediu o afastamento do senador por 90 dias. Na sexta-feira (16), os partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade protocolaram uma petição em que pedem a cassação do mandato do senador (PCE 7/2020). Em seguida, o presidente do Conselho de Ética pediu à Advocacia do Senado que analise a representação do Cidadania e da Rede Sustentabilidade contra Rodrigues.

Fonte: Agência Senado.