UP foi criado no ano passado e está em sua primeira disputa em Fortaleza. Foto: Reprodução/Facebook.

O Unidade Popular (UP) não abre mão da defesa do socialismo durante a campanha eleitoral, o que não é compartilhado por outras legendas de esquerda. Isso é o que diz a candidata à Prefeitura de Fortaleza, Paula Colares, que acusa o Partido dos Trabalhadores – PT de ter perdido o interesse na transformação social, o que teria inviabilizado uma aliança entre as duas legendas.

“A união das legendas para o período eleitoral deve considerar aspectos ideológicos, políticos, conjunturais e táticos. Não temos uma avaliação de identidade ideológica tão próxima assim das legendas”, disse a candidata ao Blog do Edison Silva. Segundo ela, a Unidade Popular, por exemplo, “não abre mão da defesa do socialismo durante a eleição, algo não compartilhado pelos demais partidos”.

“Também avaliamos diferente o papel da esquerda num momento de crescimento das ideias fascistas, assim como o método e linguagem com o povo. Defendemos um discurso próximo das pessoas, que priorize a conscientização e o trabalho posterior às eleições. Para UP, a eleição não é um fim, mas um meio de se aproximar dos trabalhadores” – (Paula Colares)

De acordo com ela, o objetivo da legenda na disputa é tão simplesmente “aumentar a conscientização, combater o fisiologismo eleitoral, ampliar a participação do povo nos movimentos sociais”. “Uma vitória eleitoral com partidos juntos que não cumpram esse objetivo é uma derrota. Por isso, estar junto ou separado, torna-se relativo para o sucesso”, disse.

A candidata ressaltou, ainda, que não existe interesse partidário para os membros do UP, mas apenas de “transformação social”, o que teria sido perdido pelo até então principal representante da esquerda no Brasil, o Partido dos Trabalhadores. “O PT, por exemplo, perdeu um pouco disso nas alianças, e agora sofre as consequências. Manteremos firmes nossos princípios, custe o que custar“.

O UP, criado no ano passado, está disputando sua primeira eleição em Fortaleza. A sigla apresentou poucos nomes para o pleito eleitoral na Capital cearense e não se alinhou a qualquer outra legenda, apesar de ter sido sondado para se agrupar com outras agremiações de esquerda.