Foto: Ascom/TRE/CE.

Na última semana, o desembargador Haroldo Máximo, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) recebeu, para tratar da segurança das eleições municipais deste ano, o secretário Sandro Luciano Caron de Moraes, recém empossado como titular da Segurança no Estado do Ceará. Outros encontros acontecerão, até a realização do primeiro turno da disputa, para os estudos necessários. Praticamente todo o dispositivo policial deverá estar à disposição da Justiça Eleitoral, somando-se ao efetivo da Polícia Federal e, por necessário, de integrantes das Forças Armadas, caso a tensão política em Fortaleza, e em alguns municípios do Interior, reclamem atenção especial como em pleitos passados.

Nos primeiros dias da campanha nas ruas, em Fortaleza, e no município de Caucaia, na Região Metropolitana, já se ouviu anúncios de ações criminosas contra campanhas de candidatos como Luizianne Lins, em Fortaleza, e de Vitor Valim, em Caucaia, além do fato de o Capitão Wagner ter utilizado colete à prova de bala para visitar locais da periferia da Capital. São fatos isolados e sem comprovação de que realmente foram atentados criminosos contra os candidatos citados ou quaisquer outros que supostamente tenham sido ameaçados. Mas precisam ser investigados e, contra ou não o direito de fazer campanha dos candidatos, ser imediatamente contidos com o uso de todas as armas e forças do aparato policial e judicial.

Não será exagero se, de logo, qualquer que seja a garantia dada pelo Estado para a manutenção da ordem durante a campanha e os dias de votação, a direção do TRE solicitar o concurso das Forças Armadas para a garantia dos últimos dias da campanha e das votações. O Capitão Wagner, embora não tenha dado tanta ênfase no discurso de candidato à questão da Segurança, é nela que está o seu forte, principalmente pelo apoio recebido dos ex-colegas da Polícia Militar, da ativa ou da reserva. Do apoio formal ao candidato à atuação como cabo eleitoral pode não haver qualquer distância, e, impossível é ter policiais dando garantia ao processo democrático e, ao mesmo tempo, defendendo o seu candidato.

Há um número expressivo de policiais, na ativa, com envolvimento político-partidário. O governador Camilo Santana reconhece isso e, em mais de uma oportunidade defendeu a criação de meios para acabar com a politização das polícias. Há ainda sequelas da última rebelião de policiais, no início deste ano, no Ceará, quando inclusive o senador Cid Gomes foi baleado em frente ao Quartel da PM em Sobral. O governador, corretamente, não negociou com os policiais amotinados, e isso os enfureceu mais ainda. Saíram derrotados do movimento, embora tenham criado momentos de tensão e pânico à sociedade, sem contarmos o número de mortes causadas pela insegurança que tomou conta do Estado.

As lideranças policiais, dentre elas o próprio Capitão Wagner, perderam o controle do movimento e por este foi desautorizado, no momento que elas fizeram um acordo com o Governo e os amotinados reprovaram. Mas o fato de essas lideranças terem sido desautorizadas não significa que elas perderam o apoio dos quartéis, pois, são elas as principais adversárias políticas do grupo governista estadual. E por isso, não contando o Estado, por conta da insatisfação de parte da caserna, da confiança plena na atuação de seus agentes de Segurança, o melhor mesmo, e desde já, é garantir um contingente das Forças Armadas para atuar no Ceará, passando a segurança que o eleitor reclama em mais uma eleição na terra de José de Alencar.

O jornalista Edison Silva comenta a necessidade de se garantir a segurança do pleito eleitoral deste ano no Ceará com a presença, se preciso, das Forças Armadas: