Relação do PT com as lideranças do PDT tem sido conflituosa nos últimos anos. Foto: Divulgação.

A tão esperada aliança entre PDT e PT, já no primeiro turno das eleições municipais deste ano em Fortaleza, não vai acontecer. De acordo com lideranças da sigla pedetista, todas as tentativas de se firmar entendimento entre as duas siglas, administradas pelo governador Camilo Santana, foram esgotadas durante essa quarta-feira (09), e os dois partidos seguirão em trincheiras opostas nas eleições municipais da Capital cearense.

No entanto, há possibilidade de que estejam juntos em um eventual segundo turno. O Partido dos Trabalhadores deve, sim, homologar a candidatura da deputada federal Luizianne Lins a prefeita de Fortaleza. Segundo líderes do PDT, a pretensa postulante petista não abriu mão da cabeça de chapa. Este, inclusive, foi o ponto central de discordância entre os dois grupos.

Recentemente, o principal líder do PDT no Ceará, ex-governador Ciro Gomes, afirmou que apoiará o nome do candidato do PT em Caucaia, Elmano de Freitas, a prefeito daquele município. Também foi costurado, com aliados de Ciro, o apoio da candidata à vice-prefeita na chapa, a vereadora Natércia Campos, do PP.

Como Elmano de Freitas é uma das figuras no PT mais ligadas à Luizianne Lins no Ceará, o apoio de Ciro Gomes foi visto como um gesto de proximidade, visando uma contrapartida em Fortaleza, o que não aconteceu. A pré-candidata chegou, inclusive, a sinalizar possibilidade de desistir da disputa, caso um nome do PT encabeçasse a chapa, o que não foi aceito pelas lideranças do PDT.

Nos últimos dias, o governador Camilo Santana se reuniu com lideranças do PT, dentre elas o deputado federal José Nobre Guimarães, em busca de uma definição para uma eventual aliança entre as duas legendas, mas não surtiu efeito positivo. No entanto, ficou definido que as agremiações atuarão sem conflitos entre si, visto que, a depender do resultado do primeiro turno, poderão estar alinhadas num segundo momento das eleições na Capital cearense.

A tentativa de aliança contou com os esforços pessoais do governador Camilo Santana, do deputado federal José Nobre Guimarães, com a aquiescência do senador Cid Gomes (PDT), Ciro Gomes e o prefeito Roberto Cláudio. De uns tempos para cá, apesar de ter feito oposição à gestão municipal nos últimos quase oito anos, os membros do PT na Câmara Municipal evitaram confronto com a base governista, reflexo do diálogo interno entre as lideranças partidárias.

Agora, com o nome pedetista definido, e Luizianne Lins tendo a candidatura homologada, o xadrez do jogo político com vistas às eleições municipais deste ano começa, enfim, a se desenhar com mais clareza. Por enquanto, além de Paula Colares (UP), Samuel Braga (Patriota) e Capitão Wagner (PROS), novas candidaturas vão surgindo para disputar a vaga de prefeito de Fortaleza.