Atualmente, quem toca as ações do partido é o ex-vereador Wellington Sabóia (em pé), aliado de Capitão Wagner. Foto: Reprodução/Facebook.

Criado com o objetivo de “garantir uma maior representação das mulheres no Congresso Nacional, e em todos os setores da sociedade”, o Partido da Mulher Brasileira (PMB), no Ceará, continua sendo comandado por homens. Desde sua fundação, há quase cinco anos, são eles os responsáveis por realizar negociações políticas, contatar filiados e gerenciar a formação de novas comissões provisórias pelo Estado.

Atualmente, a agremiação é presidida, tanto no Estado quanto na Capital, por mulheres. Mas quem realiza todas as articulações e negociações políticas é o ex-vereador Wellington Sabóia.

Logo após ser criado, em setembro de 2015, o partido, no Ceará, passou a ser comandado pela família do ex-vice-governador Domingos Filho (ele atualmente é presidente estadual do PSD).

O deputado federal Domingos Neto, seu filho, foi o primeiro presidente da sigla no Ceará. Em seguida, foi sua mãe, a hoje deputada estadual Patrícia Aguiar. A bancada do PMB na Assembleia Legislativa, na ocasião, também cresceu exponencialmente. Foi de zero para cinco titulares em março de 2016: Odilon Aguiar, Júlio César Filho, Bethrose, Naumi Amorim e Laís Nunes, além do suplente Nizo Costa.

Ainda naquele ano, o partido elegeu Naumi Amorim prefeito de Caucaia, e Laís Nunes, em Icó. Por pouco não conquistou um terceiro prefeito, no caso Nizo Costa, que empatou em Cariús, perdendo o pleito por ser mais novo que seu adversário.

Após sair do comando de Domingos Filho, o partido passou para a base governista de Camilo Santana, já que na ocasião o grupo do ex-vice-governador estava afastado do Governo. Em 2018, durante eleições gerais, o  PMB decidiu que não lançaria candidaturas proporcionais, apenas comporia a coligação majoritária do governador à reeleição.

Em 2019, o partido possuía apenas 47 vereadores em todo o Estado, sem nenhuma representação na Câmara de Fortaleza. O Blog do Edison Silva entrou em contato com a então presidente municipal da legenda em Fortaleza, Cristiane Gomes, no entanto, quando questionada sobre as ações do partido para o pleito deste ano, a dirigente não soube responder.

Ela, inclusive, chegou a perguntar se a reportagem havia conversado com Wellington Sabóia, ex-vereador de Fortaleza, que em 2018, ao tentar ser candidato a deputado federal, foi apoiado pela presidente estadual da legenda, Eneylândia Rabelo.

Articulador

Cristiane esteve à frente da legenda na Capital até o dia 31 de julho quando assumiu a função a professora Eveline Benevides. O Blog tentou contato com a nova dirigente da legenda, mas não obteve sucesso.

O ex-vereador Wellington Sabóia passou a ser o “articulador político” do PMB no Ceará ainda no ano passado, e é ele quem tem tocado todas as ações do partido. Inclusive, foi sob sua coordenação que a agremiação resolveu apoiar, no pleito deste ano, o candidato a prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner (PROS).

“Defesa da mulher”

Na semana passada, o PMB ao oficializar seu apoio à pré-candidatura de Wagner, Wellington Sabóia destacou que a agremiação “não é um partido de mulheres. É um partido que, com certeza tem mulheres e a bandeira é a defesa da mulher”.

Ele se pronunciou como coordenador da legenda, destacando que não atraiu novos filiados prometendo cargos e espaços, mas em cima de ideologia e da tese do partido. Segundo Sabóia, nos últimos 18 meses ele realizou pelo menos 28 reuniões com correligionários da sigla, visando a formação de uma chapa completa, com 65 candidatos.