Campanha de 2012. Foto: Divulgação.

Moroni Torgan (DEM) é o único vice-prefeito de Fortaleza, nas últimas dez administrações da Capital cearense, que não brigou com o prefeito antes da conclusão do mandato. Ainda faltam cinco meses e alguns dias para o fim da gestão do prefeito Roberto Cláudio, mas a relação dele com o vice tem-se mostrado muito boa que, sem grande margem de erro, nos permite admitir que até lá continuarão como estão desde a campanha municipal passada. Evidente que, à época, a escolha de Moroni compatibilizou interesses, tanto no agregar de força eleitoral, quanto do tempo para a propaganda. Mas o peso da aliança, como até aqui está provado, foi o compromisso com a administração municipal.

E foi exatamente a falta de compromisso com a administração, mais o interesse político imediato de ambos, prefeito e vice, o pivô dos rompimentos de Maria Luiza Fontenele com Américo Barreira, dois nomes do centro da esquerda na década de 1980; de Ciro Gomes com Juraci Magalhães; de Antonio Cambraia com Marcelo Teixeira; de Juraci Magalhães com Marlon Cambraia; de Juraci Magalhães, no segundo mandato, com Isabel Lopes;  de Luizianne Lins com Carlos Veneranda; de Luizianne Lins, no seu segundo mandato, com Tin Gomes, e de Roberto Cláudio, no seu primeiro mandato, com Gaudêncio Lucena.

Diferente dos demais, o rompimento de Juraci que era vice de Ciro, só aconteceu depois que Ciro renunciou ao mandato para ser candidato a governador do Estado, em 1990, quando Juraci foi oficializado como prefeito.

Até o dia 16 de setembro próximo, todos os candidatos a prefeito, vice e vereadores deverão estar oficializados pelos seus respectivos partidos. Vários nomes estão apontados como candidatos a prefeito e vereador. Ninguém foi apresentado ou prontificou-se a ser vice de qualquer dos pretensos postulantes ao cargo de chefe do Executivo municipal. Mas, como a Justiça Eleitoral só registra o nome de um candidato a prefeito ele tendo um companheiro como vice, significa dizer que quase todos os que agora apresentam-se como candidato a prefeito vão para a disputa junto com quem nunca trocaram ideais sobre um projeto de Governo para Fortaleza. E como se isto não bastasse, entrarão na campanha trocando elogios públicos, mas com ideias e interesses políticos imediatos e bem diferenciados.

Qualquer dos três ou dois dos pretensos candidatos à Prefeitura de Fortaleza neste ano, com melhores condições de competitividade, sequer imaginam com quem contará para ser o seu vice. Estamos falando do deputado federal Capitão Wagner (PROS), da deputada federal Luizianne Lins (PT), se o governador Camilo Santana (PT) não conseguir retirá-la do páreo, e o nome, ainda desconhecido, do grupo governista coordenado pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT). Os candidatos dependem, principalmente, das coligações a serem firmadas, todas de grande valia para o sucesso eleitoral, portanto, sem condições de rejeitarem o nome indicado pelo partido mais forte. Luizianne Lins fez a sua última campanha vitoriosa sem praticamente falar no nome do seu vice, Tin Gomes. Ela não o queria como companheiro de chapa, mas o engoliu por conta da coligação liderada pelo então governador Cid Gomes.

É possível haver um certo relaxamento na indicação do candidato a vice, por não existir, nos partidos, o respeito devido à escolha dos seus nomes para a disputa da Prefeitura. O vice deveria ser escolhido, não para estar sempre pensando no tropeço ou queda do prefeito, mas para ser um partícipe da administração. É por isto que eles formam uma única chapa, diferente do passado quando o vice era eleito separadamente. O rompimento entre eles (prefeito e vice), como tem acontecido nas últimas décadas em Fortaleza, não atrapalha de todo a administração, mas no pouco que pode influir negativamente, gera prejuízos à população.

Veja o comentário do jornalista Edison Silva sobre a importância da escolha do vice na chapa majoritária: