Ciro Gomes esteve virtualmente no centro do programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira (16). Foto: Reprodução/TV Cultura.

A jornalista Vera Magalhães, comandando o Roda Viva, programa da TV Cultura de São Paulo, na última segunda-feira (16), com Ciro Gomes (PDT), por diversas vezes destacou estar aquela entrevista alcançando um elevado índice de interação de brasileiros via twitter, superior até a registrada com a entrevista do ministro da Justiça, Sérgio Moro, naquele mesmo espaço.

É uma marca interessante a ser levada em consideração por Ciro, com pretensões de novamente disputar a Presidência da República, pois demonstra o interesse do brasileiro em ouvi-lo, obrigando-o, portanto, a ter a postura equilibrada, respeitosa, e sobretudo verdadeira, sem a virulência algumas vezes cometida.

Nenhum dos candidatos à chefia do Executivo nacional no pleito passado, e nem dos atuais pretensos postulantes ao mesmo cargo em 2022, tem o preparo demonstrado por Ciro, nos seus discursos enfáticos, convincentes, didáticos e atuais, proferidos tanto nos ambientes do universo político-partidário, quanto na Universidade, ou no meio do empresariado nacional, bem como em outras plateias no Brasil e no exterior. Em todos as três últimas disputas presidenciais, pela falta de musculatura de suas coligações, consequentemente com pouco tempo de rádio e televisão para propagação de suas ideias, não conseguiu levar sua mensagem mais detalhadamente à massa de eleitores do País, embora, mesmo assim, tenha alcançado expressivas votações em todos os pleitos.

No programa da TV Cultura, Ciro confirmou estar acertada uma aliança nacional com o PSB, como admitimos no comentário aqui feito na edição do dia 12 passado, quando falamos do encontro que ele teria em São Paulo, naquele mesmo dia, para o lançamento da candidatura do ex-governador daquele Estado, Márcio França, uma das principais lideranças do PSB, a prefeito da Capital paulistana neste ano. Ciro citou ainda a Rede e o PV, como seus prováveis apoiadores em 2022, além de estar conversando com a direção nacional do DEM, como aqui também já nos reportamos em outras oportunidades, quando falamos de alianças para as eleições municipais, em Fortaleza e em outras capitais brasileiras.

Ciro entende que as questões brasileiras, principalmente as mais graves, devem ser atacadas com a agressividade que elas exigem, e não com a delicadeza defendida por alguns. É fácil de receber apoio com essa tese. Há casos no Brasil, e não são poucos, a partir da corrupção e da leniência de alguns setores oficiais com outros problemas, realmente menos grave, mas deveras prejudiciais à sociedade, que o enfrentamento educado não tem surtido efeito, precisando, realmente, de um verdadeiro choque para mudar o quadro delituoso explícito. Enfim, foi boa a participação de Ciro no Roda Viva.