Líder do Governo, Ésio Feitosa, afirmou que grupo de Capitão Wagner nunca vai reconhecer avanços da gestão Roberto Cláudio. Foto: CMFor.

O clima de tensão pré-eleitoral já está tomando conta dos temas levados à tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza. Na manhã desta quarta-feira (05), vereadores governistas e de oposição protagonizaram ataques às lideranças políticas que estarão na linha de frente das eleições municipais deste ano.

De um lado os parlamentares da base governista em defesa do prefeito Roberto Cláudio e de seu projeto para a cidade, e do outro a bancada de oposição, liderada no Ceará pelo deputado federal Capitão Wagner (PROS), pré-candidato em Fortaleza.

O embate teve início quando o vereador Márcio Martins (PROS) subiu à tribuna para fazer criticas à gestão atual. Em seu pronunciamento em alusão ao Dia do Empreendedor Municipal, o parlamentar afirmou que o prefeito Roberto Cláudio vem “maltratando” tais profissionais na cidade, o que levou a base governista a se contrapor às falas do republicano.

“Para escravizar ainda mais o empreendedor dessa cidade tem 13 licenças para não se tirar o alvará. A busca é por dificultar a vida de quem leva o sustento para a casa de muitos trabalhadores”, disse Martins. “Quem movimenta a economia deste país é o empreendedor que é constantemente perseguido”.

Do lado governista, Adail Júnior (PDT), Ésio Feitosa (PDT), Gardel Rolim (PDT) e Dr. Porto (PRTB) partiram em defesa da gestão. Os vereadores da base, inclusive, questionaram qual seria a proposta do grupo de oposição para melhorar a situação. Também fizeram questão de apontar esses vereadores da oposição como aliados da gestão do presidente da República, Jair Bolsonaro.

“Hoje me surpreendo com o que a bancada do PROS, a bancada que se acosta à liderança do Capitão Wagner, e que queria se eximir das ações do Governo Bolsonaro, agora passa a assumir a defesa deste Governo. Isso é bom porque a gente tem condição de fazer debate honesto, inclusive, comparando governos. E não apenas com conversa de microfone”, apontou o líder, Ésio Feitosa.

De acordo com ele, o discurso da oposição sobre o empreendedorismo local é “cansado” e já perdeu credibilidade, não sendo legitimado sequer pelas entidades que têm representatividade na cidade. “Talvez o Márcio Martins esteja dialogando muito com alguns setores dos empreendedores ligados ao líder dele, o Capitão. Essa turma nunca vai reconhecer o que fizemos de bom neste Governo”, disse Ésio, evidenciando a disputa eleitoral no discurso da oposição.

Julierne Sena, do PROS, afirmou que o embate sobre os ambulantes da Avenida José Avelino, por exemplo, se tornou uma verdadeira arena política da atual administração com Capitão Wagner, uma vez que os então candidatos a prefeito, em 2016, tinham propostas distintas para o local. “Naquela época, o Capitão queria que a José Avelino se tornasse o maior polo de confecção do Nordeste. Mas o prefeito disse que não. O prefeito foi reeleito e vetou a proposta do Capitão, mas depois criou o Centro Fashion”.

Já distanciado da bancada de oposição, Plácido Filho, do PSDB, subiu à tribuna e destacou que, apesar de acertos, o Governo Municipal ainda não está 100%. “Nosso papel é continuar fiscalizando e cobrando. A parte da educação melhorou muito. Mas ainda temos problemas”.

Os discursos de opositores e governistas evidenciam como será o clima neste ano de eleições municipais, quando o prefeito Roberto Cláudio terá como meta deixar a cidade em condições de eleger um sucessor aliado. Já o grupo liderado por Capitão Wagner buscará apresentar ao máximo as falhas da atual gestão, tentando se viabilizar como a opção do eleitorado fortalezenses.