Por serem de grupos antagônicos, Guilherme (à esquerda) e Reginauro (direta) nem sempre atuam em unidade. Foto: CMFor.

Em meio a discussão sobre projetos do prefeito Roberto Cláudio na pauta de votação, na manhã desta terça-feira (12), o vereador Sargento Reginauro (sem partido) chegou a reconhecer que a bancada de oposição não tem força para barrar o andamento de propostas que chegam à Casa.

Além dele, outros cinco parlamentares fazem parte dos oposicionistas ao Governo Municipal, enquanto que a base aliada é formada por 37 membros do Legislativo da Capital cearense.

Fazem parte da oposição, Sargento Reginauro, Márcio Martins (PROS) e Julierne Sena (PROS), do grupo político liderado pelo deputado federal Capitão Wagner (PROS). Os demais opositores são os petistas Guilherme Sampaio, Ronivaldo e Larissa Gaspar. Plácido Filho (PSDB) não entra mais na conta dos oposicionistas na Casa.

Como três membros da bancada são correligionários do governador Camilo Santana, do PT, aliado do prefeito Roberto Cláudio, nem sempre a pauta dos opositores são convergentes. Durante votação do projeto que cede equipamentos públicos à iniciativa privada, Reginauro disse que “ninguém consegue conter a vontade e o desejo desse grupo político”.

De acordo com o oposicionista, “não há força contrária que segure esse grupo. Eu só lamento esse processo”, disse Reginauro, ao reconhecer a fragilidade do grupo de oposição. O vereador chegou a afirmar que a imprensa, algumas vezes aponta a fragilidade da bancada, mas o próprio fez questão de confirmar a situação.

As falas do parlamentar fizeram, inclusive, o líder do Governo, Ésio Feitosa (PDT), ironizar seu pronunciamento. O pedetista disse esperar que Reginauro retorne para a Câmara Municipal na próxima Legislatura e compreenda a diferença entre maioria e minoria. Segundo Feitosa, o colega deve retornar, mais uma vez, como oposição, porque seu grupo político, nas palavras do líder do Governo, não vai vencer o pleito de 2020.

“Lamentavelmente, não temos número suficiente para frear o trator, que é grande e amarelo. É um trator gigante que passa por cima de tudo aqui, sai arrebentando”, disse Sargento Reginauro.

Em resposta, Ésio Feitosa disse que esse pensamento de Reginauro não merece prosperar. “O que existe aqui na Casa do povo de Fortaleza é uma maioria que tem um projeto político definido e que vota de acordo com esse projeto político. Isso faz parte da política. Não há aqui nenhum atropelo dos debates, o que existe aqui é uma maioria de vereadores, democraticamente eleitos, que representa um projeto político de sucesso e tem voto suficiente para aprovar ou desaprovar”, disse.

“Defesa incondicional”

Guilherme Sampaio também entrou no embate, e disse que não há questionamentos por parte da base governista sobre as propostas encaminhadas pelo Governo Municipal. Portanto, cabia à oposição perguntar a real importância de determinadas matérias. Na avaliação dele, a resposta é sempre “a defesa incondicional do prefeito. Já sabemos onde vai dar”, lamentou.

Em defesa da gestão, Adail Júnior (PDT) disse que a base precisa, ao contrário do que defende a oposição, mostrar mais força. Segundo ele, a Casa tem demonstrado maturidade na aprovação de matérias oriundas da gestão. “Quando não é cheque em branco, é trator. Não é isso, é obra demais. São sete anos para aprovar ou desaprovar o Governo. Não é Governo de dez meses, não”, ironizou o pedetista.

Redação Final

Apesar dos reclames da oposição, a Câmara aprovou por 22 votos favoráveis e apenas três contrários, em segunda discussão, os projetos de Lei que tratam da concessão de três espigões na Beira-Mar e o Mercado dos Peixes para a iniciativa privada. As propostas, agora, vão para redação final.