Para Acrísio, vida dos pescadores artesanais, que já era difícil, ficou ainda pior com a chegada do óleo nos últimos meses. Foto: ALECE

O deputado Acrísio Sena (PT) alertou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa desta terça-feira (12), sobre a necessidade de ampliar o auxílio a pescadores artesanais em regiões afetadas pelo óleo, que atinge o litoral do Nordeste desde o final de agosto.

> Acrísio Sena demonstra preocupação com situação dos pescadores; ouça:

 

O parlamentar destacou o trabalho do Governo do Estado, em parceria com instituições ambientais, na tentativa de limpar as praias afetadas. No entanto, afirmou que ainda não há certeza sobre os impactos ambientais no futuro e disse que o desastre continua afetando a população que depende da pesca artesanal no Ceará. “Agora a preocupação é com os pescadores. Há toda uma produção acumulada, que ninguém quer consumir. Nós não sabemos os reais impactos agora sobre a saúde dos pescadores e a situação econômica também desses trabalhadores. Uma vez contido o óleo, nós partimos para a preocupação com a sobrevivência dos pescadores”, acrescentou em conversa com o Blog do Edison Silva.

“São milhares de pescadores e marisqueiras que estão tendo a própria sobrevivência comprometida porque a população já reduziu o consumo de frutos do mar com medo de possível contaminação”.

Acrísio Sena ressaltou a necessidade de estudos comprobatórios e científicos para definir se os pescados de áreas atingidas pelo óleo estão próprios para consumo, como foi informado pelo Governo Federal. “O óleo libera metais pesados e substâncias tóxicas. O Governo liberou, mas as pessoas estão temerosas em consumir esse peixe, esse pescado”, salientou, solicitando que a UFC, o Labomar, o Ibama e demais órgãos competentes possam analisar a água a qualidade dos peixes nas áreas afetadas.

Críticas ao Governo Federal

De acordo com o deputado, até o momento 10 estados foram afetados, abrangendo 107 municípios e mais de 400 comunidades. No Ceará, dos 20 municípios que trabalham com a pesca, 10 foram atingidos pelo óleo. Para Acrísio Sena, o trabalho realizado pelo Governo do Estado “destoa muito do que tem feito o Governo Federal”. “Até os simples equipamentos de proteção individual (EPI) solicitados ao Governo Federal não chegaram a 5% do que foi pedido. Mesmo assim, a luta aqui não para. Permanece de forma intensa. Toda terça-feira à tarde estamos monitorando os impactos desse óleo no mar, nos manguezais e nas comunidades”, ressaltou.