Para Ivan Valente, o decreto presidencial não respeita a autonomia das escolas. Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados.

O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 643/19 propõe suspender o decreto do presidente Jair Bolsonaro que criou o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), por meio do qual a gestão de escolas públicas de ensino fundamental e médio será compartilhada entre educadores e militares, das Forças Armadas e polícias.

A anulação do Decreto 10.004/19 foi pedida pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP), com apoio da bancada do Psol. Segundo ele, a “militarização do ensino público”, que cresceu a partir de 2013, está sendo feita sem que se saiba o impacto na qualidade da educação pública ou as implicações da presença de militares, inclusive inativos, em uma área estranha à sua formação e atuação.

Para Valente, o Programa presidencial afronta a legislação educacional, entre outros motivos, por não respeitar a autonomia pedagógica e administrativa das escolas. “Os entraves legais para a implementação do Pecim são evidentes”, disse.

O deputado afirmou ainda que a militarização das escolas civis vem sendo questionada pelo Judiciário e pelo Ministério Público em diversos estados, já que o Pecim é executado em parceria com estados, Distrito Federal e municípios.

Na Bahia, o Ministério Público Federal instruiu as escolas públicas municipais, que passaram a ter gestão compartilhada com a Polícia Militar, a deixarem de restringir a liberdade de expressão e a intimidade ou violar a vida privada dos alunos”, exemplificou.

Tramitação
O projeto será analisado pelas comissões de Educação; e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Depois seguirá para o Plenário da Câmara Federal.

Fonte: Agência Câmara.