“Quando tiver todas as UPAs inauguradas, que são 32, todos os CEOs, todas as policlínicas, os hospitais regionais e o SAMU universalizado, vamos ter no Ceará o que nenhum outro estado tem em saúde pública”, previu o governador. “Quero que até o final de 2014 o Ceará tenha a melhor rede de saúde pública de todos os estados do Brasil”, disse o hoje senador Cid Gomes, em novembro de 2013, penúltimo ano do seu segundo mandato de governador, conforme registra boletim de notícia da Secretaria de Saúde, registrando a inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Município de Pentecoste.
Cid não entregou a Camilo Santana, seu sucessor, o Estado com os serviços de saúde que almejava. Faltaram os recursos erário estadual e os prometidos pelo Governo Dilma Rousseff. Na última segunda-feira (19), em evento no Palácio da Abolição, o governador Camilo Santana chancelou um projeto do seu secretário de Saúde, Dr. Cabeto, denominado de “Plataforma de Modernização da Saúde: Por um Ceará Feliz, Saudável e Legal”, com investimentos de R$ 600 milhões até 2023. É uma proposta audaciosa, dizem os aliados do Governo, capaz de realmente melhorar em muito os serviços de saúde pública do Estado.
Os céticos, porém, levantam uma série de questionamentos, principalmente em relação aos recursos previstos para a implantação do projeto, embora não sejam tão estratosféricos. O Orçamento atual da secretaria de Saúde do Estado é de aproximadamente R$ 3,8 bilhões. Difícil contar com mais recursos do Governo Federal para custeio da saúde, e também não será fácil convencer os prefeitos a dividirem as verbas do SUS, na ideia de integração e regionalização da propositura do secretário Cabeto, como está ressaltado no projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa pelo governador Camilo Santana, dispondo sobre a integração do SUS, nas “ações e serviços de saúde em regiões de saúde no Estado do Ceará”
Na justificativa de um outro projeto, tratando sobre as mudanças na saúde, diz o governador que “os pontos que balizaram a propositura estão pautados na humanização do atendimento, na valorização das pessoas, na transparência, no conhecimento e na inovação. Para tanto, o desenho de estratégias que permitam agilidade, padronização de processos, otimização e compartilhamento de recursos, requalificação dos equipamentos públicos de saúde e o uso de novas tecnologias em saúde, demonstraram a necessidade de uma estrutura organizacional que perpasse pelo fortalecimento das áreas que atuam na formulação das políticas de saúde, vigilância, regulação em saúde e da execução da atenção à saúde com atuação mais integrada e regionalizada da rede em todo o Estado”.
Os serviços públicos de saúde, por conta da crise econômica nacional, vão sempre receber mais demandados, não só pela quantidade de enfermidades que acometem a população mais carente, mas, também, pela avalanche de ex-clientes dos planos de saúde, um grupo bem mais exigente com a prestação dos serviços. O custo crescente desses serviços, em razão de vários setores, inclusive a modernização dos equipamentos e o acréscimo necessário da mão de obra, sufoca, para não dizer inviabiliza, o Orçamento público. Para começar a viabilizar as alterações no setor de saúde do Estado, oficialmente estão sendo criados 91 cargos de provimento em comissão.
O secretário Dr. Cabeto foi chamado a explicar as mudanças anunciadas para o setor de saúde do Estado, na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.
Sobre o assunto, confira comentário do jornalista Edison Silva: