Deltan Dallgnol teria feito exigências, além do cachê, para proferir palestra sobre a Lava Jato na Federação das Industrias do Ceará. Foto: Agência Brasil

O Conselho Nacional do Ministério Público instaurou reclamação disciplinar contra os procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon.  Nesta terça-feira (16), a entidade acolheu o pedido do Partido dos Trabalhadores (PT), que acusa os membros da operação “lava jato” de usar os cargos públicos para conseguir fazer palestras com cachê.

Conforme ressalta o CNMP, ainda não há nenhum julgamento de mérito. Além disso, só após a análise dessa reclamação que poderá ser instaurada uma sindicância, que foi o que o PT pediu.

Porém, o Conselho afirma que foram apresentados os requisitos para admissibilidade da reclamação.

Palestras remuneradas 
A ação se refere à reportagem do jornal Folha de S.Paulo e do site The Intercept que mostra que o procurador Deltan Dallagnol teria planejado montar uma empresa para proferir palestras e outros eventos com seu colega de equipe Roberson Pozzobon.

A ideia, segundo a reportagem, era lucrar com a notoriedade da operação. O negócio, de acordo com os diálogos, seria tocado pelas mulheres dos procuradores, que apareceriam como sócias para que  evitar que ambos fossem alvos de questionamentos.

De acordo com o PT, “o conteúdo das “palestras” e “aulas” aponta para um total distanciamento de magistério jurídico, uma vez que os procuradores  demonstram o intento de maximização dos lucros a serem obtidos com tais atividades, inclusive por meio de “aulas” sobre coisas que envolvam como lucrar, como crescer na vida, como desenvolver habilidades de que precisa e não são ensinadas na faculdade”.

“Evidente, portanto, que os procuradores atuaram como empresários, dispostos a realizar plano de negócios, assumir os riscos de lucro ou prejuízo do negócio, com o envolvimento direto com empresários para rateio de lucros, e, até mesmo, a implicação de familiares – esposas e tio – na empreitada comercial profissional”, diz trecho da ação.

Com informações do site Conjur.