Presidente questiona trabalho da Comissão Nacional da Verdade. Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (30), em Brasília, que vai respeitar a Lei da Anistia de 1979 e não pretende mexer no passado. Perguntado por jornalistas se vai contestar a versão oficial da Comissão Nacional da Verdade (CNV) sobre a morte do advogado Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, o presidente questionou o trabalho realizado pelo grupo.

“Você acredita em Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas pela Dilma – citando a ex-presidente Dilma Rousseff, presa durante a Ditadura Militar. Não é contestar. Se gastou mais de R$ 5 bilhões, dinheiro público do povo que trabalha para dar para quem nunca trabalhou. Você acha justo que a gente tem que continuar? Eu não pretendo mexer no passado. Eu pretendo respeitar a Lei da Anistia de 79”, disse Bolsonaro.

Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) aponta que o corpo de Fernando Santa Cruz foi transportado da chamada Casa da Morte, um centro clandestino de tortura e assassinato, localizado em Petrópolis (RJ), para a Usina Cambahyba, no norte do estado do Rio de Janeiro, local onde teria sido incinerado, junto com corpos de outros militantes políticos contrários ao governo militar. A informação estaria baseada no depoimento do ex-delegado do DOPS/ES, Cláudio Guerra, em 23 de julho de 2014. Segundo a CNV, Santa Cruz foi preso por agentes do DOI-CODI/RJ em 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro, mas os órgãos oficiais do regime não admitiram sua prisão alegando que o advogado estava foragido.

Jair Bolsonaro afirma que Fernando Santa Cruz,  durante a ditadura militar (1964-1985), foi morto por integrantes da Ação Popular (AP), um grupo de luta armada contra o regime, e não pelas Forças Armadas.

Lei da Anistia

A Lei da Anistia é conhecida como uma denominação popular dada à Lei n° 6.683, promulgada pelo então presidente João Batista Figueiredo, no dia 28 de agosto de 1979, após uma ampla mobilização social, ainda durante a ditadura militar de 1964. Como consequência, a Lei de Anistia permitiu o retorno de todos os acusados de crimes políticos no período do regime militar.

Com informações da Agência Brasil.