General Guilherme Theophilo: “Estou esperando ação do governador Camilo Santana”. Foto: Assembleia Legislativa/Divulgação.

Na função que hoje exerce, no Governo Bolsonaro, relacionada à Segurança nacional, é importante o olhar, a atenção, e a disposição de ajudar do general Guilherme Theophilo, candidato derrotado na disputa pela chefia do Executivo estadual cearense. Por ter perdido a eleição para o governador Camilo Santana, as manifestações do general sobre questões de Segurança, no Ceará, precisam ser deveras límpidas para não confundirem-se com ranços políticos. A Segurança é uma área muito sensível, ele sabe bem disso. O Estado do Ceará está experimentando, há algum tempo, como de resto vários outros estados brasileiros, uma grave crise nesse setor, mas sugerir intervenção federal aqui, só querendo mesmo fazer oposição ao governador.

O site Uol, nesta quinta-feira (03), reproduz uma matéria do site cearense Tribuna do Ceará, onde o general Guilherme Theophilo diz ter  oferecido “ajuda ao secretário (André Costa), o que precisar. Já estou com 11 policiais civis da área judiciária (no Ceará) desde a morte do Gegê do Mangue. Agora ofereci Força (Nacional), ofereci para conversar sobre intervenção federal (o grifo é nosso). Está na mão dele. O governador (Camilo Santana) quem solicita. Posso interceder junto ao Ministério da Defesa. Estou esperando ação do governador”. Ora, não seria o general o canal a ser utilizado pelo governador, para pedir socorro ao Governo Federal, como já houvera feito, antes das declarações de Theophilo, pois conversara com o Ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro.

É delicada a situação cearense, na parte da Segurança. A bandidagem, vez por outra, amedronta mais. Afronta a própria força pública, mesmo ela já tendo demonstrado capacidade de reação, e humildade de pedir reforço federal. A falar em intervenção federal, mesmo neste momento, é um gesto demagógico de oposição, além de motivar mais insegurança para a população. Ademais,  defender uma intervenção federal agora, em qualquer unidade da Federação, é prestar um desserviço ao País, necessitado de profundas mudanças, que, necessariamente precisam de emendas à Constituição.

No curso de uma intervenção, segundo dispositivos constitucionais expressos, não é possível fazer qualquer alteração constitucional. O general, enquanto Secretário Nacional de Segurança Pública, pode ajudar muito o Ceará, sem pensar em proveito político, fazendo funcionar, urgentemente, o Centro Integrado de Inteligência Pública do Nordeste, projeto festivamente lançado no Ceará no ano passado, e instalado no fim de 2018, com a finalidade específica de ajudar os governos nordestinos no enfrentamento ao crime organizado.

O governador Camilo Santana solicitou “apoio do governo federal, através do reforço de homens da Força Nacional de Segurança, Exército e Força de Intervenção Integrada (FIPI)”.