Flávio Bolsonaro parece repetir prática de ex-vereadores de Fortaleza. Foto: Agência Brasil.

O destaque em toda a imprensa nacional, nos últimos dias, parece muito, se não for igual aos dos ex-vereadores de Fortaleza, Aonde É e Leonelzinho Alencar. Os dois perderam os mandatos quando ficou comprovado que eles cobravam de seus auxiliares parte do que lhes era pago, pela Câmara, por conta da Verba de Gabinete, distribuída a critério dos parlamentares.

Os vereadores, deputados estaduais e federais e senadores, têm direito, mensalmente, a uma verba para contratação de assessores. Na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa cearense, a contratação desses assessores, diretamente pelos parlamentares, são reguladas apenas pelo número de contatados e os valores máximo e mínimo que eles devem receber mensalmente. Na Assembleia do Rio de Janeiro, onde o caso Flávio Bolsonaro aconteceu não deve ser diferente.

O que aconteceu com os vereadores de Fortaleza Aonde É e Leonelzinho Alencar, repudiado pela  maioria dos demais vereadores, é que eles foram alcançados pela investigação do Ministério Público, recebendo dos seus assessores, parte do dinheiro que recebiam pelo serviços que deveriam prestar nos respectivos gabinetes. A mesma ilegalidade que está sendo investigada na Assembleia do Rio de Janeiro, envolvendo mais de uma dezena de deputados.

Flávio Bolsonaro não é um dos investigados, mas o Fabrício Queiroz, seu assessor de então, foi alcançado por movimentação atípica de recursos financeiros, gerando suspeita de relação promíscua com o deputado agora eleito senador. Depois, apareceram depósitos questionáveis na conta do deputado Flávio Bolsonaro, razão da intensificação do noticiário nacional.

O caso precisa ser esclarecido com urgência. O senador Flávio Bolsonaro assume seu mandato, no dia primeiro de fevereiro, deveras fragilizado, e, pior, deixando constrangido o Governo do seu pai, Jair Bolsonaro, eleito com o discurso da moralização, embora seja ele o único responsável pelos seus atos.

O jornal O Estado de S. Paulo, na sua edição deste sábado, destaca investigações feitas pelo Ministério Público em 16 estados brasileiros, sobre esse mesmo de tipo de ilegalidades. A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará não está na relação.