O Senado Federal começa as atividades em fevereiro com a maior renovação já registrada em sua composição: 46 novos senadores. Destes, apenas quatro já tiveram passagem pela Casa. O alto número de novatos na Câmara Alta, que conta com mandatos de oito anos, poderá gerar surpresas na composição da Mesa Diretora e no funcionamento da Casa. Considerando apenas as 54 vagas que estavam em disputa em 2018, a renovação foi de 85%, e, em relação ao número total de senadores (81),  chega a 56,7%. Ou seja, os novatos são maioria. A posse dos senadores eleitos está marcada para primeiro de fevereiro, quando também será eleita a nova Mesa Diretora.

“Tradicionalmente a Câmara Deputados tem a renovação do dobro do senado e este ano ocorreu contrário. Então, inverteu-se essa lógica. Uma casa que tendia a ser mais estável na sua composição e de repente teve uma grande mudança”, afirmou o secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira. Em 2010, quando dois terços das cadeiras foram disputadas nas urnas, foram 32 eleitos sem nenhuma passagem pelo Senado, 39,5% do total de senadores. As atividades do Senado começam em primeiro de fevereiro com a posse dos senadores e a eleição do presidente do Senado e dos demais cargos da Comissão Diretora.

Além do alto número de estreantes, o número de partido com representantes na Casa aumentou de 15 para 21, com a chegada de Podemos, Rede, PSL, PHS, Pros, PRP, PTC e Solidariedade. O crescimento imputa em mudanças na composição de reuniões com líderes partidários. “Uma coisa é fazer a reunião de líderes e sentarem ao redor da mesa dez líderes empoderados com suas bancadas. Outra é eu fazer essa mesma reunião de líderes com 21 líderes partidários, mais líderes de Bloco, mais líder do Governo, mais líder da Minoria. Você tem quase a assembleia inteira. Então, torna-se mais difícil viabilizar consensos”, afirma Bandeira.

No Ceará, não houve reeleição para o Senado em 2018. Foram eleitos o ex-governador Cid Gomes (PDT) e o estreante em cargos eletivos Eduardo Girão (PROS). Deixaram o Senado o petista José Pimentel, que sequer foi às urnas para manter seu mandato, e o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB). O emedebista estava confiante em sua reeleição e já articulava sua manutenção no comando da Casa, mas, na reta final, perdeu o apoio de Cid Gomes e de seu grupo político e acabou sendo derrotado por Girão, que fez campanha para o presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Estado.

Com informações da Agência Senado.

Foto: Senado.