O deputado Simão Pedro doou o salário para a compra de alimentos que serão enviados para o Rio Grande do Sul. Foto: ALCE

O drama vivido pelos cidadãos gaúchos devido às enchentes que assolam o Rio Grande do Sul voltou a ser tema de debate na tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (09). Alguns deputados da Assembleia Legislativa destacaram as ações que estão sendo realizadas para mitigar a tragédia causada no Estado. Outros citaram os problemas que serão causados no futuro com impactos no agronegócio.

A deputada Larissa Gaspar (PT) destacou o trabalho realizado pela Assembleia Legislativa e pelo Governo do Ceará, que segundo explicou, estão empenhados em levar doação de alimentos, materiais e pessoal para ajudar a população do Rio Grande do Sul. Ele lembrou que o Executivo Estadual enviou bombeiros, cães treinados, viaturas e aeronaves para colaborar com o resgate das pessoas em situação de risco.

 “Este é um gesto de socorro, uma solidariedade necessária entre os povos do Brasil e nos orgulha muito saber que nossos governantes estão empenhados nessa missão tão bonita”, opinou. Ela também destacou a necessidade de mudança nas políticas ambientais do Brasil para evitar tragédias futuras. “Nossa consciência precisa ser transformada e assim mudarmos nossa relação com a natureza, freando o desmatamento absurdo e o descarte de resíduos sólidos. Somos parte da natureza, não donos dela”.

Missias Dias (PT) se solidarizou com a população do Rio Grande do Sul atingida pelas enchentes e disse que o momento é de tristeza para os cearenses. “As cenas são cada vez mais preocupantes. Isso nos abre reflexões sobre o que estamos fazendo de errado para que um estado seja fruto de desastres ambientais e ainda o que podemos fazer para amenizar o sofrimento desse povo?”

Ele lembrou que o  Movimento Sem Terra (MST) tem auxiliado o povo gaúcho com a instalação de cozinhas para distribuir comida forma gratuita a pessoas em vulnerabilidade alimentar.  Júlio César Filho (PT) ressaltou que o prejuízo causados pela chuvas só será conhecido após a redução do volume das águas. O deputado sugeriu ainda que o poder público invista recursos para prevenir os resultados dos desastres naturais.

Durante a sessão ordinária de hoje, o deputado Simão Pedro (PSD) afirmou ter doado seu salário para a aquisição de cestas básicas que serão levadas para o Rio Grande do Sul. Já Felipe Mota (UB) demonstrou preocupação com os impactos a curto e médio prazo no País em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul. Informações dão conta do aumento no preço de alguns alimentos, como o arroz, cuja maior produção brasileira vem do Estado sulista.

Segmentos

Segundo Mota, além dos efeitos humanos devastadores que estão sendo enfrentados, a perspectiva para os próximos meses é preocupante, quando se analisam diversas áreas. Ele citou o agronegócio como um segmento que vai ser bastante prejudicado.“Ontem participei de uma reunião com uma frente parlamentar do agro brasileiro, em que foram discutidos os impactos desse desastre natural no Sul para os próximos meses. Uma das problemáticas levantadas diz respeito ao arroz”, salientou Felipe Mota.

“Temos impactos ainda na suinocultura, na bovinocultura, equinocultura, dentre outros segmentos. Um dos maiores laboratórios de soja do País foi destruído com as inundações. Vamos ter também uma crise na produção de sucos de uva, pois 60% do Vale das Uvas foi destruído. As pessoas pensam que a destruição contempla só as cenas que estamos acompanhando”, lamentou.