Prédio sede do DNOCS, em Fortaleza, hoje entregue a Universidade Federal do Ceará.

A Universidade Federal do Ceará está se transformando numa Imobiliária. Depois de receber o prédio, onde o Estado projetou construir o Acquário, na Praia de Iracema, em Fortaleza, também já recebeu o prédio do DNOCS, na Avenida Duque de Caxias, na Capital cearense, e o prédio dos Correios, na Praia de Iracema, também assumiu o compromisso de concluir as obras do Hospital Paulo Marcelo. Hoje a Universidade não tem recursos no seu Orçamento, nem para cumprir o projetado para 2024. Os novos prédios serão adaptados para ter alguma utilidade, se de fato a promessa de recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) forem liberados

Nesta quarta-feira (3), os deputados da Assembleia Legislativa aprovaram o projeto de Lei do governador Elmano de Freitas que doa o prédio do Acquário Ceará para a Universidade Federal do Ceará (UFC). A bancada de oposição protestou contra a medida, principalmente, devido o dinheiro gasto no equipamento, mas a maioria da Casa aprovou a proposta do Poder Executivo. A matéria foi aprovada com 29 votos favoráveis e apenas oito contrários.

“Se o governador Camilo Santana tivesse concluído essa obra no seu primeiro mandato, estávamos com o Acquario pago, trazendo lucros e turismo para a economia cearense. Estão querendo cobrir a tragédia que foi a gestão Camilo Santana, querendo jogar a responsabilidade para a UFC, que não vai ter orçamento para concluir essa obra”, disse Sargento Reginauro (UB).

“O povo do Estado do Ceará foi consultado? Não foi consultado. Por isso que vim dar o nome correto às coisas. Isso aqui é para colocar uma pá de cal, para ninguém mais falar no assunto. Como é que se gastou mais de R$ 100 milhões naquele esqueleto? Pode ter certeza que isso precisa ser esclarecido”, disse.

Dra. Silvana (PL) também criticou a medida e acusou a existência de desvio de recursos nas obras do Acquario. “Votar de joelho resulta nisso. R$ 112 milhões jogados fora. Essa Casa se apequena com uma votação dessa. Precisava de uma discussão de meses e meses”, apontou. “A pergunta que fica é, quem vai construir esse restante do que falta? Quem vai manter esse novo prédio? Quando é que isso vai acontecer?”, questionou Queiroz Filho (PDT).

Dedicação

Em defesa da gestão, De Assis Diniz (PT) disse que a doação do equipamento para a UFC é a solução da questão. “O Labomar não é esqueleto, terá uma obra. Ali terá curso de graduação. Vamos ter curso de pós-graduação, um campi. Vamos ter duas áreas estratégicas de meteorologia”, explicou.

Leonardo Pinheiro (PP), por sua vez, destacou a importância da matéria para a geração de emprego e oportunidades. O governista Renato Roseno (PSOL) apontou que oito requerimentos de sua autoria requerendo a dedicação do equipamento para a educação e cultura. “Aquele terreno era inicialmente da União. Eu fui crítico de primeira hora daquela ideia, porque não havia viabilidade nela”, disse.